Em comemoração ao Ano Jubilar Compostelano, o Papa Bento XVI celebrou a Santa Missa na Praça do Obradoiro, em frente a Catedral de Santiago, acompanhado por milhares de fiéis, na tarde deste sábado, 6.
O Arcebispo de Santiago, Dom Julián Barrio introduziu a celebração, proferindo uma saudação ao Papa, lembrando que ele se fez peregrino junto aos peregrinos, seguindo uma tradição de 12 séculos.
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Junto ao caminho de Santiago, segundo o arcebispo, as pessoas necessitam revitalizar a fé, o ardor e a coragem de uma nova evangelização, afim de anunciar Cristo de modo fiel e concreto. “A força para seguir peregrinando, a conversão, porque existem feridas a serem curadas. A profundidade que nos resgata da superficialidade anestesiada que nos faz esquecer que a Igreja em sua missão profética leva o selo do martírio para ser testemunha de Cristo crucificado e ressuscitado”, destacou.
O Santo Padre presentou o arcebispo com um cálice, já tradicional em suas visitas como uma recordação de sua passagem.
Na homilia, o Papa refletiu sobre o exemplo do apóstolo Tiago e a fé de tantos que vão a Compostela, para percorrer o “Caminho de Santiago”. O Santo Padre disse que “quem peregrina a Santiago, no fundo, o faz para encontrar-se sobretudo com Deus”.
Bento XVI destacou que, “no mais recôndito de todos os homens ressoa uma presença de Deus e da ação do Espírito Santo. Sim, a todo homem que faz silêncio em seu interior e se distancia de seus anseios, desejos e quereres imediatos, ao homem que reza, Deus o ilumina para que O encontre e para que reconheça a Cristo”.
O Papa fez um convite à Europa para que abra-se à Deus e “saia ao Seu encontro sem medo”. “É necessário que Deus volte a ressoar alegremente sobre os céus da Europa”, e pediu “que essa palavra santa [Deus] não se pronuncie jamais em vão; que não a pervertam fazendo servir aos fins que não lhe são próprios. É mistério que seja pronunciado santamente. É necessário que a percebamos desse modo, na vida de cada dia, no silêncio do trabalho, no amor fraterno e nas dificuldades que anos trazem consigo”.
E destacou que “não se pode cultuar a Deus, sem velar pelo homem, seu filho, e não se serve ao homem sem perguntar-se por quem é seu pai e responder a pergunta por si mesmo”.
E concluiu afirmando que é isto “o que a Igreja deseja trazer à Europa: velar por Deus e velar pelo homem, a partir da compreensão que Jesus Cristo nos oferece de ambos”.
Bento XVI viaja ainda esta noite para Barcelona, no segundo dia de visita à Espanha.
Na oração dos fiéis foram pronunciados pedidos em espanhol e galego, dialeto local, bem como em italiano, francês e alemão. A procissão das oferendas foi introduzida por algumas crianças, jovens e uma família.
Ao lado do altar, os príncipes Astúrias, Felipe e Letizia, também acompanharam a Santa Missa representando a Casa Real, juntamente com outras autoridades nacionais, autônomas e locais.
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