Papa encontra-se com Fidel Castro antes de deixar Cuba

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, realizou uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 28, concluindo a visita de Bento XVI a Cuba. A entrevista aconteceu no Hotel Nacional – centro da imprensa internacional, em Havana.

Logo no início da coletiva, padre Lombardi confirmou o encontro entre Bento XVI e o comandante Fidel Castro, que chegou à Nunciatura Apostólica às 12h20 (10h20 no horário de Brasília). A conversa foi “muito cordial”, intensa e animada. O Pontífice encontrou um Fidel Castro reflexivo e atento.

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Bento XVI manifestou sua felicidade por estar em Cuba e sua gratidão pelo acolhimento recebido pelo povo e pelo país. Por sua vez, Fidel afirmou que tinha um desejo pessoal de encontrar o Papa e que seguiu todos os eventos desta viagem pela televisão. Houve uma brincadeira sobre a idade dos dois, que são parecidas (Bento XVI completará 85 anos daqui poucos dias e Fidel, em agosto, 86), e o Papa disse: “Sou idoso, mas ainda posso desempenhar meu dever”.

Houve uma troca de ideias, perguntas de Fidel ao Papa para saber dele seu pensamento e informações que desejava, pois, disse ao Pontífice, sua vida é dedicada à reflexão, ao estudo e à escrita desde que não ocupa mais funções políticas públicas. O ex-presidente perguntou sobre a liturgia da Igreja, o que faz um Papa, que por sua vez falou do significado de suas viagens. Falou-se das dificuldades do tempos de hoje da humanidade, dos desafios que se apresentam à ciência, dos problemas ecológicos, como cada religião enfrenta a multiplicidade das respostas. Comentou-se a dificuldade que a humanidade enfrenta quando se afirma a ausência de Deus e a relação entre fé e razão.

Fidel Castro falou também sobre Madre Teresa de Calcutá e João Paulo II, duas personalidades importantes que ele conheceu e se encontrou pessoalmente, que estima e tem grande admiração.

O encontro durou meia-hora, “mas poderia ter durado muito tempo”, referiu padre Lombardi. No final, Fidel pediu ao Papa que enviasse alguns livros sobre os temas que debateram juntos e se ele já sabia quais eram esses livros. O Papa respondeu que deveria pensar. Também estavam presentes no encontro a esposa de Fidel e dois filhos.

Uma das perguntas dos jornalistas foi sobre se Fidel pertencia à Igreja Católica. Padre Lombardi respondeu que existe diferença entre ser batizado e participar plenamente de uma comunidade.

Sobre um hipotético encontro com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que está em Cuba para um tratamento de saúde, padre Lombardi disse não houve possibilidade de realizá-lo.

Encorajamento para a Igreja em Cuba

Padre Lombardi fez um balanço desta viagem, afirmando que Bento XVI encontrou nas duas etapas cubanas desta viagem cerca de 500 mil pessoas entre Santiago de Cuba e Havana e que a imagem principal é a do Papa como Peregrino da caridade no Santuário nacional. Destacou o empenho dos jovens, com a vigília realizada esta madrugada.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé salienta que o maior objetivo da viagem foi encorajar a Igreja, dar nova vitalidade e esperança, de modo que ela possa dar sua contribuição para a sociedade.

“Naturalmente, entra o pedido feito pelo Santo Padre às autoridades cubanas de espaços novos, mais amplos, pela liberdade religiosa e também efetivamente no campo educacional e solidário que permite dar a contribuição cabível para o bem comum de todo povo”, diz Lombardi.

O padre ressalta que uma viagem apostólica é um encontro pessoal do Papa com os fiéis, assim, as pessoas podem vê-lo como “uma pessoa de carne e osso, seu rosto, amar e sentir sua presença”.

“Os líderes políticos, por sua vez, veem pessoalmente, como indivíduo, o Papa, alguém com quem podem conversar, alguém que dá profunda atenção para as exigências de um povo e com quem compartilham um objetivo comum que é a busca e a responsabilidade pelo bem comum do povo”, conclui padre Lombardi.

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