“Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”, afirmou o Papa Bento XVI durante sua homilia na Missa celebrada na Praça da Revolução em Havana, Cuba, na manhã desta quarta-feira, 28.
Aos mais de 300 mil fiéis cubanos presentes, que o receberam com o canto “Tu és Petrus”, Bento XVI disse que, ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que torna os homens livres.
“Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. Nele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime”, disse.
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Liberdade religiosa
O Papa salientou ainda que a Igreja vive para partilhar com os outros a única coisa que possui: o próprio Cristo, esperança da glória (cf. Col 1, 27).
“Para realizar esta tarefa, é essencial que ela possa contar com a liberdade religiosa. Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar e publicar abertamente a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana”, reforçou.
Para o Pontífice, o direito à liberdade religiosa, tanto na sua dimensão individual como comunitária, manifesta a unidade da pessoa humana, que é simultaneamente cidadão e crente, e legitima também que os fiéis prestem a sua contribuição para a construção da sociedade.
“O seu reforço consolida a convivência, alimenta a esperança de um mundo melhor, cria condições favoráveis para a paz e o desenvolvimento harmonioso, e ao mesmo tempo estabelece bases firmes para garantir os direitos das gerações futuras”, destacou.
Bento XVI enfatiza que quando a Igreja põe em relevo o direito à liberdade religiosa, não está a reivindicar qualquer privilégio, pretende apenas ser fiel ao mandato de Jesus, consciente de que, onde se torna presente Cristo, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência.
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