Neste domingo, dia da Solenidade de Cristo Rei, o Papa Bento XVI presidiu, no Estádio da Amizade de Cotonou, Benim, a Santa Missa que encerra sua visita ao país africano. Durante a celebração, o Pontífice convidou os católicos a renovarem a sua “decisão de pertencer a Cristo e de servir o seu Reino de reconciliação, de justiça e de paz”.
“Sendo um homem de esperança, o cristão não pode desinteressar-se dos seus irmãos e irmãs. Isto estaria claramente em contradição com o comportamento de Jesus”, disse o Papa, na sua homilia. Utilizando o português para dirigir-se aos presentes, Bento XVI deixou “uma palavra amiga” a todas as pessoas que sofrem, “aos doentes, aos que estão infetados pela AIDS ou por outras doenças, a todos os esquecidos da sociedade: Tende coragem!”, pediu o Sumo Sacerdote.
Bento XVI convidou os fiéis de Benim a dar graças a Deus pelos 150 anos da evangelização do país, recordando também o cardeal Bernardin Gantin, “exemplo de fé e de sabedoria para o Benim e para todo o continente africano”.
Com a festividade de Cristo Rei, a Igreja Católica encerra seu calendário litúrgico. Bento XVI lembrou que, ainda hoje, como há 2 mil anos, habituados a ver os sinais da realeza no sucesso, na força, no dinheiro ou no poder, temos dificuldade em aceitar um tal rei, um rei que se faz servo dos mais pequeninos, dos mais humildes; um rei cujo trono é uma cruz”, assinalou.
Perante católicos da África ocidental, o Papa deixou uma saudação aos habitantes do Benim e dos países francófonos vizinhos: Togo, Burquina-Faso, Níger e outros.Foi em português que Bento XVI concluiu a sua homilia, saudando todos os pastores e fiéis da África lusófona: “Queridos irmãos e irmãs da África lusófona que me ouvis, a todos dirijo a minha saudação e convido a renovar a vossa decisão de pertencer a Cristo e de servir o seu Reino de reconciliação, de justiça e de paz.
O seu Reino pode ser posto em perigo no nosso coração. Aqui Deus cruza-se com a nossa liberdade. Nós – e só nós – podemos impedi-Lo de reinar sobre nós mesmos e, em consequência, tornar difícil a sua realeza sobre a família, a sociedade e a história. Por causa de Cristo, tantos homens e mulheres se opuseram, vitoriosamente, às tentações do mundo para viver fielmente a sua fé, às vezes mesmo até ao martírio. A seu exemplo, amados pastores e fiéis, sede sal e luz de Cristo na terra africana! Amém.”
Ao final da celebração, o Papa dirigiu-se aos jovens pedindo para que sejam testemunhas ardorosas da fé que receberam. “Fazei brilhar por todo lado o rosto amável do Salvador, em particular diante outros jovens que, num mundo difícil, andam à procura de razões de viver e de esperar”.
Pouco antes de encerrar a celebração, Bento XVI fez a entrega da exortação apostólica pós-sinodal “Africae munus” aos bispos da África.
“Amada Igreja na África, torna-te cada vez mais o sal da terra, desta terra que Jesus Cristo abençoou com a sua presença quando, nela, encontrou refúgio. Sê o sal da terra africana, abençoada pelo sangue de tantos mártires, homens, mulheres e crianças, testemunhas da fé cristã até ao dom supremo da própria vida. Torna-te luz do mundo, luz da África que muitas vezes, no meio das provações, procura o caminho da paz e da justiça para todos os seus habitantes. A tua luz é Jesus Cristo, «Luz do mundo» (Jo 8, 12). Que Deus te abençoe, África bem amada!”
Ainda hoje, o Papa almoça com os membros do Conselho especial para a África da Secretaria Geral do Sínodo dos bispos, juntamente com a comitiva papal na Nunciatura Apostólica de Cotonou. Às 13h (horário de Brasília), o Pontífice se despede do país no aeroporto internacional Cardeal Bernardin Gantin de Cotonou.