Na África, Papa fala de modernidade e contribuição da Igreja

Papa Bento XVI chegou esta tarde a Benin, na África, a fim de apresentar aos bispos africanos o documento ‘Africae Munus – O compromisso de África’, que vai ser assinado neste fim de semana, completando, assim, o percurso da II Assembleia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos, realizada há dois anos.O Sumo Pontífice foi acolhido em Cotonou pelo presidente do país, Thomas Boni Yayi, e por autoridades eclesiais do país,  representantes políticos, do corpo diplomático e da sociedade civil.

Em seu discurso de chegada ao país, o Pontífice falou sobre as outras duas razões de sua viagem ao continente africano: participar das celebrações dos 150 anos da evangelização do país e visitar túmulo do Cardeal Bernardin Gantin, prefeito da Congregação para os Bispos na mesma época que o então Cardeal Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para Doutrina da fé. Ao falar sobre o Gantin, Bento XVI citou a amizade que o ligava, em Roma, a este “filho ilustre que Benin deu à Igreja”:

“Durante muitos anos, trabalhamos ambos, cada qual nas próprias atribuições, ao serviço da mesma Vinha: ajudamos, o melhor que pudemos, o meu predecessor, o beato João Paulo II, a exercer o seu ministério petrino. Tivemos oportunidade de nos encontrar muitas vezes, dialogar profundamente e rezar juntos.”

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Bento XVI dirigiu uma saudação aos chefes tradicionais, cuja colaboração – disse ele – “é importante para construir o futuro deste país”. “Encorajo-os a contribuir, com a sua sabedoria e o seu conhecimento dos costumes, para a delicada transição atualmente em curso da tradição para a modernidade.” Segundo o Santo Padre, a modernidade “tem de ser orientada com prudência para o bem de todos, evitando certos escolhos presentes no continente africano e noutras partes como, por exemplo, a sujeição incondicional às leis do mercado ou das finanças, o nacionalismo ou o tribalismo exacerbados e estéreis que se podem tornar letais”.

O presidente Thomas Boni Yayi considerou a visita papal um “privilégio” para Benin e para a África, em geral, apresentando a sua nação como um país “laico” com “tolerância religiosa”. O Papa concluiu esta sua primeira intervenção nessa terra africana com uma referência à contribuição específica da Igreja na vida do país: “Com a sua presença orante e as diversas obras de misericórdia, especialmente no âmbito educativo e sanitário, a Igreja deseja oferecer o que tem de melhor: assegurar a sua proximidade àquele que passa necessidade, àquele que procura Deus; fazer compreender que Deus existe e não é inútil como às vezes se procura fazer crer, mas é o amigo do homem. É neste espírito de amizade e fraternidade, Senhor Presidente, que venho ao seu país.”

Esta é a terceira vez que um Papa visita Benin, depois de João Paulo II ter ali estado em duas ocasiões (1982, 1993).

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