Daniel Machado
Enviado especial a Roma
Oração, lágrimas e aplausos, unidos ao som dos sinos da grande Basílica Vaticana, anunciaram, às 20h (horário de Roma), que a Cátedra de Pedro estava vazia. Este era o clima sentido por todos os que se fizeram presente na Praça de São Pedro, nesta quinta-feira, 28, horário em que a Sé Apostólica ficou oficialmente vacante.
Grupos de peregrinos, provenientes de vários partes do mundo, logo se uniram em oração. Um clima de profunda espiritualidade tomou conta do ambiente, cenas que talvez não consigamos traduzir em palavras.
Um grupo de sacerdotes e seminaristas cantavam, de joelhos, o Regina Caeli no centro da Praça de São Pedro. Num outro ponto, jovens com velas nas mãos se reuniam em grupos de oração numa vigilia pela Igreja. Sim, é verdade que também um clima de orfandade podia ser sentido entres os peregrinos. Pessoas, que não sabiam para onde olhar, o que falar ou como se comportar. As palavras eram, muitas vezes, trocadas por um abraço, um Pai-Nosso ou uma Ave-Maria dirigidas a Bento XVI – agora bispo emérito de Roma -, e para o futuro da Igreja.
Sé vacante
Às 20 horas, no exato momento em que tocaram os sinos da Basílica de São Pedro, também no Palácio Apostólico em Castel Gandolfo, milhares de pessoas acompanharam o momento em que a Guarda Suiça deixou o serviço de segurança de Bento XVI, fechando o grande portão de madeira diante de numerosas pessoas que gritavam: viva o Papa! O corpo militar, que na tradição da Igreja faz a guarda do Sumo Pontífice, volta para o Vaticano e já não se ocupa da segurança do Papa emérito.
O Palácio Apostólico do Vaticano foi lacrado e as janelas, da qual Bento XVI saudou os peregrinos por quase oito anos, agora estão fechadas e com as luzes apagadas até a posse do futuro Sucessor de Pedro.
Veja o momento simbólico em que a Guarda Suiça deixa a segurança papal