Jornada Mundial da Juventude será realizada em agosto; em mais esta matéria da série “Patronos da JMJ Lisboa 2023”, conheça o Beato Marcel Callo
Huanna Cruz
Da Redação
Beato Marcel Callo / Foto: Arquivo
Faltam menos de dois meses para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em Lisboa, Portugal, de 1º a 6 de agosto. Nesse caminho de preparação, o noticias.cancaonova.com segue com a série sobre os Patronos da JMJ. Nesta sexta-feira, 16, vamos falar sobre o Beato Marcel Callo.
Segundo o Pároco de Óbidos, A-dos-Negros e Gaeiras, padre Ricardo Figueiredo, a escolha dos patronos da JMJ seguiu um triplo critério: santos ligados à JMJ e juventude; santos naturais da cidade de Lisboa; santos jovens. O Beato Marcel Callo pertence a esta última categoria: morreu com 22 anos, sendo um exemplo de santidade muito importante.
Padre Ricardo Figueiredo afirma que o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, é escuteiro desde a juventude e muitas vezes dá sinais de devoção a Marcel Callo, levando outros e aprofundar a vida e a espiritualidade deste jovem santo.
Pe. Ricardo Figueiredo / Foto: arquivo pessoal
Beato Marcel Callo e a juventude
A tenacidade de Marcel para encontrar formas de continuar a viver a fé, seja em que circunstância for, é algo muito marcante. Desde a forma como venceu as tentativas de que abandonasse a fé, na tipografia, até à forma como viveu a fé no segredo, quer no serviço de trabalho obrigatório, quer na prisão e no campo de concentração, mostram a sua criatividade para viver a fé.
Segundo padre Ricado, Marcel faleceu apenas com 22 anos, dando um grande exemplo de firmeza de fé. Ao longo de toda a sua vida, mostrou como seguia o caminho da santidade, quer seja pela santificação do trabalho, o namoro casto e a disponibilidade e coragem para fazer apostolado, levando Cristo a muitos, sendo assim um grande exemplo para os jovens.
História
Marcel nasceu no dia 6 de dezembro de 1921. Filho de uma família profundamente católica, era o irmão mais velho de oito irmãos (6 meninas e um menino). Por ser o mais velho, desde muito cedo recebeu a responsabilidades para ajudar os mais novos.
Era piedoso e também muito divertido. Cresceu muito na vida cristã, sobretudo colocando a Eucaristia no centro da sua vida espiritual. Quando tinha 12 anos, fez a promessa de escuteiro e participou com muito entusiasmo nas atividades escutistas.
Depois de completar os primeiros estudos, começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, antes de completar os 13 anos. Nesse momento teve a primeira prova à sua fé: os outros funcionários julgavam que a fé era algo próprio das crianças e não era possível mantê-la na vida adulta. Por isso, promoviam que os mais novos a trabalhar na tipografia abandonassem rápido a vida de fé. Mas Marcel manteve-se sempre firme.
Algum tempo depois, Marcel entrou na Juventude Operária Católica (J.O.C.) e envolveu-se muito neste movimento, que lhe ofereceu os elementos fundamentais para a vida de fé. Com a II Guerra Mundial, várias dificuldades surgiram, obrigando Marcel a fechar o centro da JOC, mas ele seguiu com a obra de apostolado em uma “associação desportiva”. Aos 21 anos, começou a namorar.
Com o avançar da guerra, Marcel foi convocado para o serviço de trabalho obrigatório, na Alemanha. Pensou em fugir, mas percebeu que era ali que agora Deus o chamava a evangelizar. Nos primeiros tempos, procurou formas de continuar a viver a fé; aos sábados à noite, organizava, junto com um padre, uma Missa às escondidas que foi atraindo cada vez mais trabalhadores. No dia 19 de abril de 1944, foi preso por ser “demasiado católico”.
Depois de algum tempo de prisão e de trabalhos forçados, foi levado para o campo de concentração. Trabalhou em uma oficina subterrânea de montagem de aviões. Manteve sempre uma paz interior heroica. No dia 18 de junho de 1934, após vários problemas de saúde, acabou morrendo, esquelético, mas com um olhar de quem já via o Céu.
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