Meditação das estações da Via-Sacra foi marcada pela reflexão da Paixão e da morte de Jesus junto aos sofrimentos dos jovens nos dias atuais
Gabriel Fontana
Da Redação
Em um dos eventos centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, o Papa Francisco participou da Via-Sacra junto aos peregrinos nesta sexta-feira, 4. Na Colina do Encontro, ele ressaltou a entrega de Jesus para Se fazer próximo à humanidade, e juntos todos refletiram sobre a Paixão e a morte do Cristo paralelamente aos sofrimentos que afligem os jovens.
O Papa iniciou a Via-Sacra com uma breve oração e, em seguida, falou espontaneamente. Ele destacou que Jesus, o caminho, passou sua vida caminhando. No caminho, Ele curou doentes, atendeu aos pobres e fez justiça, pregou e ensinou, mas o caminho que ficou gravado em Seu coração foi o caminho da cruz.
Este caminho é o movimento de Deus, que sai de Si mesmo para caminhar entre os homens e por cada homem, por amor. Sendo assim, o Santo Padre pediu aos peregrinos que repetissem: “Jesus caminha por mim”.
Francisco também explicou que a cruz é o ícone deste caminho, revelando a beleza do Crucificado, que dá Sua vida por cada ser humano. Em relação a este gesto de amor, ele citou Mazzolari, que expressou: “Senhor, por sua inefável agonia, posso crer no amor”.
Jesus caminha e espera
Prosseguindo, o Pontífice afirmou que Jesus caminha por esperar por algo. O Cristo quer encontrar “janelas para a alma” para poder também caminhar ao lado de cada um. “Jesus caminha e espera com Seu amor, espera com sua ternura, nos consolar, enxugar nossas lágrimas”, manifestou o Papa.
Jesus ruma ao encontro ainda que o amor seja arriscado. Contudo, disse Francisco, este é um risco pelo qual vale a pena. A entrega do Cristo na cruz é motivada pelos sofrimentos e misérias humanas, a fim de enxugar as lágrimas, mesmo as escondidas, de cada pessoa. “Jesus caminha e morre na cruz para que a nossa alma possa sorrir”, concluiu o Pontífice.
A Via-Sacra
Durante a Via-Sacra, jovens carregaram a cruz pelos patamares do palco da Colina do Encontro e realizaram encenações. Cada uma das estações foi associada a problemas enfrentados nos dias atuais, como violência, destruição do meio ambiente e dependência.
Também foram exibidos os testemunhos de três jovens. Ester, da Espanha, falou sobre a transformação que aconteceu em sua vida após sofrer um acidente. Apesar do sofrimento, foi esta experiência que, segundo ela, a afastou da realidade onde estava inserida e a permitiu conhecer o amor de Deus.
O segundo testemunho foi do João, de Portugal, sobre os problemas mentais que ele enfrentou com o isolamento motivado pela pandemia de Covid-19. Ele destacou, contudo, o acolhimento da Igreja, “onde ninguém fica de fora” e todo o individualismo é vencido.
Por fim, Caleb, dos Estados Unidos, partilhou sobre os problemas que enfrentou na adolescência, quando teve depressão e tornou-se um usuário de drogas. Ele contou, porém, que entregou tudo a Deus e, depois, tornou-se cada vez mais envolvido nas atividades da Igreja.