VOCAÇÕES CANÇÃO NOVA

Celibatários existem para Reino de Deus e ajudam outros a se prepararem

Missionários explicam chamado a estado de vida do celibato e como vocação se faz presente na Comunidade Canção Nova, integrando-se ao Carisma

Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: Paula Dizaró/Canção Nova

Celibatário para o Reino de Deus. Uma vocação com nome e sobrenome, que também compõe a bela diversidade vocacional verificada na Igreja Católica. Enquanto alguns são chamados ao matrimônio e outros à vida religiosa, há também aquelas pessoas que vivem sua vida inteiramente voltadas para Deus de uma outra maneira.

Missionário da Canção Nova desde 2009, Tiago Marcon é um dos membros da comunidade que vive o celibato. Ele explica que esse estado de vida surge de um chamado de Deus, que é correspondido, assumido e vivenciado. Além disso, é um dom divino, portando também uma missão neste mundo.

Tiago Marcon / Foto: Wesley Almeida

“O celibatário existe por causa de uma realidade escatológica, que é o Reino dos céus. Então, o celibatário vive o seu estado de vida, o seu chamamento, assume esse dom para sinalizar nesse tempo finito, transitório, as realidades futuras daquilo que viveremos em plenitude no céu, onde seremos plenificados no amor de Deus”, comenta o missionário.

Marcon destaca também que celibato não é a mesma coisa que castidade. Embora estejam diretamente relacionados, o primeiro corresponde a um estado de vida, enquanto a segunda é uma virtude que eleva e integra a nossa sexualidade no amor e é necessária a todas as pessoas.

Pluralidade vocacional

Durante o processo de discernimento, a oração foi fundamental para que o missionário compreendesse sua vocação. Neste processo, ele identificou em si os traços do dom, descobrindo a vontade de Deus. “A gente já nasce com o dom, porque o dom, o estado de vida que nós portamos, é uma questão de identidade. Ele não surge depois: nós nascemos com ele, e o que a gente faz com o passar do tempo é descobrir, vendo as evidências, as sinalizações que Deus traz, especialmente estabelecendo uma vida de oração”, afirma.

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Como já era membro da comunidade, Marcon viveu este processo dentro da Canção Nova, acompanhado por outros missionários. Neste contexto, ele salienta como a pluralidade dos estados de vida também é uma característica desta obra de Deus suscitada no coração do Padre Jonas Abib. “Nós somos uma comunidade mista, de homens e mulheres, diversificada com os vários estados de vida. Deus pensou a Canção Nova nessa constituição em que os estados de vida se complementam”, reforça.

Realidade presente desde a fundação

Priscila Almeida / Foto: Arquivo pessoal

Membro da comunidade desde 2000, a missionária Priscila Almeida é, atualmente, conselheira geral encarregada pelo Núcleo dos Celibatários. Ela recorda como o celibato esteve presente na comunidade desde a sua fundação, vivido pelo Padre Jonas e por algumas freiras que aceitaram o chamado do fundador. “Deus quis este estado de vida na comunidade desde a sua origem, faz parte da constituição do Carisma Canção Nova”, afirma, acrescentando que “o celibatário é chamado também a fecundar o carisma, a viver o carisma na sua essência, na sua entrega total e indivisa”.

Com os fatos e os acontecimentos da descoberta da identidade da comunidade, alguns jovens começaram a despertar o desejo de uma entrega radical a Jesus Cristo. Este chamado, narra a missionária, foi partilhado com o fundador que os incentivou a fazer um voto particular em segredo.

“O celibatário é chamado também a fecundar o carisma, a viver o carisma na sua essência, na sua entrega total e indivisa.”
– Priscila Almeida

Em 1994, a missionária Maria Helena Pedro foi a primeira a fazer um compromisso definitivo ao celibato dentro do Carisma Canção Nova. “Não houve um rito próprio; houve sim, uma iniciativa particular de oferecer-se a Deus por toda vida”, conta Priscila. Depois, o processo de ajustes no acompanhamento e o rito da celebração do compromisso foi-se estabelecendo com o tempo, a experiência e as orientações da Igreja.

Discernimento dentro da comunidade

Atualmente, o caminho de discernimento para esse estado de vida envolve três anos de formação, durante os quais são feitos compromissos temporários. Depois desse itinerário, o membro da comunidade se torna um celibatário definitivo, passando para o processo de formação permanente. Dentro dela, convive com seus irmãos, exercendo uma paternidade espiritual. “O celibatário é convidado a viver na expectativa da vinda do Senhor e ajudar as pessoas a se prepararem para ela, dentro da intercessão profética para o fim dos tempos”, afirma Priscila.

“O celibatário é convidado a viver na expectativa da vinda do Senhor e ajudar as pessoas a se prepararem para ela, dentro da intercessão profética para o fim dos tempos.”
– Priscila Almeida

“Nós, como núcleo dos celibatários Canção Nova, proporcionamos conteúdos formativos mensais para os celibatários nas diversas dimensões: humana, espiritual, missionária, espiritual”, cita a conselheira geral. “Essa atualização do dom do celibato”, prossegue, “proporciona que a pessoa possa ali resgatar, se renovar naquilo que é o chamado dela como celibatário”.

Este trabalho, indica a missionária, é para que continue viva e atuante a missão e a vivência como celibatário, da melhor forma possível. “Celibatários Canção Nova que vivem o seu Carisma e a sua missão própria”, finaliza.

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