Cardeal Paulo Cezar Costa presidiu a missa das 7h, com uma reflexão voltada ao exemplo de amor dos mártires, por ocasião do Dia de Santa Luzia
Jéssica Marçal
Da Redação
O arcebispo da arquidiocese de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, visita a sede da Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP) nesta sexta-feira, 13. Ele presidiu a missa das 7h no Santuário do Pai das Misericórdias.
Dom Paulo está a caminho do Rio de Janeiro (RJ) para participar das comemorações dos 50 anos de sacerdócio do arcebispo local, Cardeal Orani João Tempesta. Ele saudou toda a Comunidade Canção Nova na pessoa do padre Wagner Ferreira, presidente da Comunidade e que estava concelebrando a Missa.
Celebração da mártir Santa Luzia
Em sua homilia, o Cardeal recordou que, hoje, a Igreja celebra Santa Luzia, mártir considerada a santa protetora dos olhos. Segundo ele, celebrar um mártir é sempre uma ocasião para cada um se questionar sobre o seu próprio amor para com Jesus Cristo. Isso porque o mártir é aquela pessoa que amou Jesus a ponto de sua própria vida se tornar algo secundário, supérfluo, diante do seu amor a Jesus Cristo.
“Cada um tem que se colocar a pergunta: e eu? Amo verdadeiramente Jesus Cristo? Ele é o centro da minha vida? Eu o amo a ponto de dar a vida por Ele? Ele está em primeiro lugar na minha vida?”, questionou.
É esse o questionamento que também aparece na Palavra de Deus para o dia de hoje, observou o cardeal. Ele citou como exemplo o trecho do livro do profeta Isaías que mostra a reclamação de Deus de que Israel não seguiu seus mandamentos. “Deus ensina e conduz, mas o povo parece ter escolhido outro caminho e fazendo isso, colocando outras coisas no lugar de Deus, o que ficou ameaçada na vida de Israel? A paz”.
O trecho, segundo o cardeal, também é um convite para que cada um se questione em que medida está seguindo os mandamentos de Deus. “Como a Palavra de Deus está tomando uma forma concreta na minha vida? Às vezes, a gente escuta sempre a Palavra de Deus, o Evangelho, mas nunca consegue descer lá na concretude, nos pequenos e grandes atos da vida.”
O cardeal destacou que a mesma reflexão aparece também no Evangelho de hoje, quando Jesus censura o descompasso que estava acontecendo em sua geração – não reconheceram João Batista como profeta e nem Jesus como enviado de Deus. E isso se reverbera hoje como uma interpelação aos fiéis. “O descompasso foi o perigo da geração de Jesus e pode ser o perigo da vida de cada um de nós”, alertou.
“Que esta Palavra de Deus também nos interpele hoje, interpele a mim em primeira pessoa: como eu estou vivendo os mandamentos de Deus? Como estou amando Jesus Cristo? Na nossa vida, existe algum descompasso ou nós estamos buscando verdadeiramente viver de Jesus e do seu Evangelho?”, concluiu.
Sobre o Cardeal Costa
Dom Paulo Cezar Costa tem 57 anos de idade e é natural de Valença (RJ). Foi ordenado padre em 1992 e bispo em 2011. É mestre e Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Antes de ser nomeado arcebispo de Brasília, em 2020, foi bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e bispo de São Carlos (SP).
Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é membro para a Comissão da Cultura e Educação e, desde 2019, ocupa a direção do INAPAZ, Instituto responsável pelas análises de Conjuntura Eclesial. Desde 2020 é membro do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Em 27 de agosto de 2022, foi criado cardeal pelo Papa Francisco. Na 60ª Assembleia Geral da CNBB, em 2023, foi eleito representante da Conferência Episcopal no CELAM.