Número de mortos por causa das chuvas em Minas Gerais subiu para 55; Desalojados são mais de 44 mil e desabrigados passam de 8 mil
Da redação, com Agência Brasil
Janeiro de 2020 pode ser classificado como o mês em que mais choveu em Belo Horizonte (MG) ao longo dos últimos 110 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do início do mês até as 9h de ontem, 29, choveu 932,3 milímetros (mm) na capital mineira. É o maior volume acumulado para o período, em toda a série histórica, iniciada em 1910.
Segundo o meteorologista do Inmet, Olívio Bahia do Sacramento Neto, o volume acumulado ainda não é o maior registrado no estado. Isso porque, em janeiro de 1991, a estação de Águas Claras registrou um total de 998,7 mm. Além disso, em 1961, em Montes Claros, foi registrada uma precipitação mensal de 956,6 mm.
A ressalva, contudo, é que os dois maiores resultados dizem respeito aos totais registrados no fim dos respectivos meses de janeiro e, faltando ainda dois dias para janeiro acabar, a previsão é de mais chuva pelos próximos dias.
“É uma diferença muito pequena, principalmente em relação ao total registrado em Montes Claros, em 1961. Uma pancada de chuva mais forte pode superar esta diferença”, disse Neto à Agência Brasil, lembrando que, na semana passada, em apenas 24 horas, choveu o equivalente a 172 mm em Belo Horizonte.
A previsão do próprio Inmet é de que o céu continue nublado, com chances de pancadas de chuva e trovoadas em boa parte de Minas Gerais. A Zona de Convergência do Atlântico Sul, fenômeno que está favorecendo as condições para a ocorrência de temporais no estado começa a perder força. Por isso, são esperadas chuvas menos intensas nas regiões norte e leste de Minas, embora a precipitação possa se intensificar nas regiões oeste e sul do estado.
Balanço de vítimas
Segundo a atualização da Defesa Civil estadual divulgada no início da noite desta quarta-feira, 29, o número de mortes por causa das chuvas em Minas Gerais subiu para 55. As mortes ocorreram em 19 cidades, a maioria na capital, Belo Horizonte (13).
A maior parte das mortes (42) foi causada por soterramentos, deslizamentos e desabamentos. Nove pessoas foram arrastadas pelas águas e quatro morreram por afogamento. Um homem está desaparecido na cidade de Conselheiro Lafaiete. Há 65 pessoas feridas.
Até o momento, 53.309 pessoas foram afetadas pelos estragos. O número de desalojados totalizou 44.929 e o de desabrigados, 8.529. São consideradas desalojadas as pessoas que tiveram de deixar suas casas e se abrigar na casa de parentes e amigos ou buscar outras opções temporárias. Já os desabrigados são aqueles que estão acomodados provisoriamente em locais públicos improvisados – na maioria dos casos, em escolas ou igrejas.
Em todo o estado, 137 cidades tiveram a situação de emergência decretada. Ontem o número era de 121. Cinco municípios estão em estado de calamidade pública: Orizânia, Ibirité, Catas Altas, Taparuba e Muriaé.