Tribunal de Contas da União considerou que houve irregularidades na contabilidade do governo da presidente Dilma Rousseff; pressão por impeachment aumenta
Da redação, com Reuters
O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou nesta quarta-feira, 7, em decisão histórica e unânime, a rejeição das contas do governo de 2014, após considerar que houve irregularidades nas práticas contábeis no último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.
O relator do processo no TCU, ministro Augusto Nardes, disse em seu voto que as irregularidades apresentadas nas contas da presidente Dilma Rousseff em 2014 representam distorções da ordem de 106 bilhões de reais.
O parecer do TCU será enviado, nesta quinta-feira, ao Congresso Nacional, cuja responsabilidade constitucional é aprovar ou não as contas do Executivo. A rejeição das contas pelo Legislativo pode dar força a um processo de impeachment contra a presidente Dilma por crime de responsabilidade fiscal.
O Palácio do Planalto, por sua vez, disse que os órgãos técnicos e jurídicos do governo têm plena convicção de que “não existem motivos legais para a rejeição das contas” e que a questão será amplamente discutida no Congresso Nacional.
PEDALADAS
Um dos principais questionamentos feitos pelo TCU às contas do ano passado foram as chamadas “pedaladas fiscais”, atraso no repasse de recursos da União para cobrir gastos de bancos públicos com programas do governo, numa tentativa de melhorar a situação das contas públicas. Segundo o relator, as pedaladas chegaram a 40 bilhões de reais.
Esta é a primeira vez, desde 1937, que o TCU pede a rejeição das contas de um governo.