Decisão no Senado

Senado mantém prisão de Delcídio do Amaral

Senado manteve decisão do STF quanto à prisão de Delcídio do Amaral e irá escolher novo líder do governo na casa

Reuters

O Senado votou na noite desta quarta-feira, 25, pela manutenção da prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de obstrução no andamento da operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.

A decisão do Senado de manter a prisão de Delcídio foi tomada por 59 votos a 13.

“Esperamos que ele possa se defender. Mas o governo não patrocinou, nem o partido e nem a bancada patrocinou qualquer ato errado ou equivocado de quem quer que seja”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), após a decisão.

A prisão de Delcídio foi feita por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e referendada por unanimidade pela 2ª Turma da Corte na manhã desta quarta-feira. Cabia ao Senado, no entanto e de acordo com a Constituição, decidir se mantinha ou rejeitava a decisão do Supremo.

Após a prisão do parlamentar, que ocupava a liderança do governo no Senado, o Palácio do Planalto informou que escolherá um novo líder na próxima semana e que, por ora, os quatro vice-líderes governistas na Casa –Paulo Rocha (PT-PA), Wellington Fagundes (PR-MT), Telmário Mota (PDT-RR) e Hélio José (PSD-DF)– atuarão interinamente.

O governo, aliás, avalia que não há como defender Delcídio e procura se distanciar do senador, segundo fontes palacianas.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse, após a decisão da Casa, que “não havia condição alguma de o Senado contrariar uma decisão com tantas provas que foram apresentadas. E uma decisão que não foi monocrática”.

Zavascki, responsável pelas ações no STF decorrentes da Lava Jato, disse em sua decisão que Delcídio foi acusado de ter negociado oferta de fuga ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró em troca do silêncio dele nas investigações.

Acusações

O ministro afirmou ainda, com base em documentos do MPF, que Delcídio teria oferecido ainda ajuda financeira mensal de 50 mil reais à família de Cerveró, além de intervenção política a favor dele, para que o ex-diretor da Petrobras não firmasse acordo de delação premiada com a Justiça. O pagamento, segundo o MPF, seria feito pelo banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, também preso pela PF nesta quarta-feira.

As acusações contra o senador tiveram origem em uma gravação de áudio feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, durante conversa em que Delcídio aparece fazendo as ofertas.

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