Dom Leonardo Steiner aponta prioridades nos aspectos econômicos e sociais e destaca o combate à violência
Da redação, com Rádio Vaticano
“A presidente terá muito trabalho pela frente. O tempo eleitoral foi um debate muito duro, de ataques inclusive pessoais. Isso tudo, como presidente do Brasil, ela terá que ajudar a refazer, inclusive alguns laços pessoais, isso é muito importante”. Foi o que disse o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, nesta terça-feira, 28, em entrevista a Rádio Vaticano.
No último domingo, 26, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita para um mandato de mais quatro anos na chefia do país, com apenas 3% de diferença do seu oponente, Aécio Neves.
“A presidente venceu as eleições por uma margem muito pequena, isso é sinal de que existe uma necessidade de mudanças”, afirma Dom Leonardo.
O bispo destaca a necessidade de diálogo e uma urgência em retomar algumas questões fundamentais, tais como a dignidade e os direitos da pessoa humana, que são alguns dos pontos discutidos no Encontro Mundial dos Movimentos Populares, evento do qual Dom Leonardo participa em Roma, durante esta semana.
“Não basta a minha casa minha vida, é preciso dar a casa e a vida, não basta darmos essa casinha de quase nada, para depois não ter espaço de crescimento (…) muitas dessas casas, esses conjuntos, são construídos e não tem esse espaço, nós sabemos disso. Então não basta isso, a casa tem que ser casa como lugar e o espaço da fraternidade e da família, portanto, também na educação, na saúde, na convivência e também no meio de transporte”, enfatiza o bispo.
O secretário afirma que a CNBB congratula a presidente pela eleição e deseja também que esse novo mandato, que os brasileiros entregaram em suas mãos, seja em benefício de toda sociedade.
“Uma construção feita com a sociedade brasileira, uma busca realmente de servir ainda mais a sociedade brasileira e para que realmente nós possamos diminuir a violência que é crescente. Portanto, uma convivência mais pacifica, mais irmã, mais fraterna”, acrescenta Dom Leonardo.
O bispo também espera que alguns elementos que a CNBB considera muito importante sejam beneficiados, como as terras indígenas e sua demarcação, mas também a questão dos quilombolas e outros aspectos:
“Teremos também que avançar muito com toda essa questão por exemplo, de esgoto, água tratada, todas essas questões que ainda teremos que avançar muito que será o tema da campanha ecumênica de 2016”, conclui.