Resiliência foi palavra-chave para enfrentar dificuldades em 2021, diz psicóloga que indica caminhos para começar bem o novo ano
Thiago Coutinho
Da Redação, com colaboração de Joyce Mesquita
O ano de 2021 está chegando ao fim e traz, como de costume, um momento de revisão de vida e perspectivas para o novo ano que bate à porta. O contexto ainda é de pandemia, com algumas incertezas e medos, mas também marcado por retomadas. A psicóloga Aline Rodrigues destaca dois aspectos latentes observados em 2021 e que trazem uma perspectiva otimista para receber 2022.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto Ipsos, feito no Brasil e em outros 32 países, a percepção das pessoas de que o ano de 2021 foi ruim chegou a 87% dos entrevistados. Frente ao desânimo do dado, Aline destaca a resiliência diante de uma realidade tão adversa e a diminuição das medidas restritivas, fazendo com que se possa vislumbrar uma vida próxima ao normal.
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“Vamos pensar de uma forma racional: no ano de 2020, todos estavam com medo do coronavírus, não sabíamos que tudo seria fechado. E isso durou quase o ano inteiro. Em 2021, começamos assim, mas quando chegou no meio do ano pra cá, houve um relaxamento. Chegamos ao fim do ano e tudo funciona a pleno vapor: os aeroportos funcionando, o comércio também, além de teatros e cine mas abertos”, observa.
Resiliência, segundo a psicóloga, foi a palavra-chave para sobreviver nestes tempos. Apesar da realidade econômica do país ainda ser difícil, com a reabertura dos locais de trabalho a vida aos poucos vai sendo retomada. “É claro que o impacto econômico está aí, e a gente está tentando recolher tudo aquilo que sobrou”, afirma. “Agora, as coisas estão mais claras diante dos nossos olhos, então acho que vai dar para refletir melhor sobre isso”, acrescenta.
Equilíbrio nas dimensões da vida
Segundo a psicologia contemporânea, o ser humano é composto por quatro dimensões: física, mental (ou cognitiva) e espiritual. Encontrar o equilíbrio entre elas é fundamental para caminhar entre as adversidades — especialmente após tantas atribulações impostas pela pandemia.
“Preciso saber cuidar dessas quatro dimensões para me tornar um ser humano melhor”, avalia a psicóloga Aline. “Veja um único gesto que você vai incorporar em uma única dimensão e, ao longo do ano, empenhe-se para que isso se torne um hábito e consiga equalizar esta dimensão dentro de você e, assim, se tornar um ser humano melhor”, acrescenta.
Um exemplo: dimensão espiritual enfraquecida. A psicóloga orienta buscar a solução em um livro que trate da questão espiritual como, por exemplo, a Bíblia. “Busque fidelizar o estudo da Palavra para poder fortalecer sua dimensão espiritual”, aconselha.
Este mesmo raciocínio pode ser aplicado às outras dimensões. A física, por exemplo. Sente-se fraco? Vida sedentária? Busque uma atividade física. “Escolha uma prática com que mais se identifica. Trace uma questão para cada dimensão e tente realizá-la ao longo de 2022. Tente equilibrá-las”, ensina Aline.
Volta por cima
A missionária Aline Castro encontrou na fé o amparo para enfrentar tempos difíceis em 2021. Seu esposo contraiu uma forma grave da covid-19, chegando a ficar na UTI. A doença veio em um momento em que Aline já estava fragilizada, com transtorno de ansiedade generalizada e depressão crônica.
“Houve instantes em que a gente chegou a se desesperar mesmo, mas Deus veio ao nosso encontro por meio de familiares, amigos e nos fez provar da Sua Providência e zelo para que chegássemos ao fim do ano com a certeza de que Ele esteve conosco o tempo todo”, analisa. “Tudo o que vivemos foi permissão d’Ele para nos fazer mais fortes e melhores”.
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O otimismo gerado com o início do ano é uma das razões apontadas pela psicóloga para que as pessoas se tornem mais positivas. “E por isso que muitas pessoas vivem o fim do ano de forma mais cabisbaixa, talvez porque não tenham conseguido tocar um projeto que desenvolveram lá no início do ano. A virada do ano é como se fosse um passe de mágica, um ato milagroso, a pessoa consegue sair daquele quadro de tristeza”, afirma.
Para a missionária Aline, confiar em Deus ao longo do ano foi primordial para que os obstáculos fossem pouco a pouco derrubados. “Então, mediante a tudo que atravessamos, a primeira coisa em que nos concentramos de forma mais intensa foi o confiar, confiar que Deus traria a cura, que proveria o alimento e que não nos deixaria sozinhos”, relata.
A seguir, confira algumas dicas da psicóloga Aline Rodrigues para começar bem o ano de 2022.