O Conselho Permanente da CNBB avaliou, a partir dos eixos de atuação, o projeto missionário que a Igreja no Brasil desenvolve no Haiti
CNBB
O bispo de Ponta Grossa (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Sérgio Braschi, e a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria Inês, apresentaram, na sessão vespertina do Conselho Permanente, nesta terça-feira, 10, a avaliação do Projeto Missionário Intercongregacional que a Igreja no Brasil desenvolve no Haiti desde 2010, quando um terremoto devastou o país.
Dom Sérgio falou sobre o trabalho do grupo de seis religiosas no país da América Central. Durante a reunião, os bispos debateram sobre os próximos passos do projeto.
Em visita à capital haitiana, Porto Príncipe, realizada em fevereiro, a assessora da Comissão para a Ação Missionária da CNBB, irmã Dirce Gomes da Silva, acompanhada da assessora do Setor Missão Solidária da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Ivani Brito, levou sugestões para o futuro do projeto e suscitou a reflexão quanto aos objetivos, enfoques, prioridades da iniciativa e resultados.
Diferentes eixos de atuação
Na ocasião também foram avaliadas as atividades do projeto a partir dos eixos de atuação: geração de renda e economia solidária, formação e saúde.
Em cada eixo há projetos específicos. O eixo de Geração de renda e economia solidária beneficia cerca de 500 pessoas com os projetos das cozinhas comunitárias, fabricação de doces e salgados, horta comunitária, cursos de corte, costura e bordado e artesanato.
O eixo de formação compreende o trabalho na mudança de mentalidade das pessoas em relação aos traumas e conflitos que surgiram após a tragédia de 2010. Neste caso é dada atenção psicológica e psicopedagógica aos participantes dos projetos. Ao todo, 20 crianças recebem cuidado diferenciado. Ainda no âmbito da formação, é oferecido pelas irmãs aprendizado em arte e música. De acordo com a avaliação, houve interesse no desenvolvimento dos dons artísticos.
“A caminhada do grupo revela mudanças nas relações e comportamentos dos participantes. Desenvolve talentos que aumentam a autoestima e a valorização pessoal. Revela dons de liderança e de autonomia para se tornar um profissional no ramo. A apresentação pública motivou os participantes a ampliar seus dons artísticos e foi um momento de convívio comunitário”, resume o documento apresentado por Dom Sérgio Braschi.
O eixo saúde elenca as atividades de prevenção das doenças tropicais, hoje com menor necessidade, e colaboração com medicamentos e exames médicos às pessoas carentes.
Para Dom Sérgio Braschi, a presenças das missionárias, no convívio com os haitianos e no trabalho de recuperação da dignidade humana é “fundamental” e sugere que o projeto tenha continuidade, uma vez que traduz o caráter além-fronteiras da ação missionária da Igreja no Brasil.
“No primeiro momento foi um socorro emergencial, mas continua sendo muito necessária a presença da nossa Igreja no Brasil solidária com o povo do Haiti. Não só na construção material das casas, mas, sobretudo, no resgate da autoestima, da parte humana de muitas que ficaram totalmente traumatizadas naquele momento do terremoto”, recorda Dom Sérgio.