Despertando vocações

Projeto envolve 52 dioceses em ação evangelizadora voltada às vocações

Organizado pelo Regional Sul 2 da CNBB, projeto congrega ainda dioceses de Tefé (AM), Osasco (SP) e Bafatá, na Guiné Bissau

Thiago Coutinho
Da redação


O Sínodo dos Jovens, que acontece em outubro deste ano, e a Jornada Mundial da Juventude no ano que vem, cujo tema gira em torno do exemplo de Maria, foram os catalisadores para a realização de um projeto, que será lançado na Semana Santa e envolverá 52 dioceses em torno de um tema central: as vocações. 

“Cada Comunidade uma Nova Vocação” é o nome desta iniciativa liderada pela Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (que compreende todas as arquidioceses e dioceses do Paraná) e que inclui ainda as dioceses de Tefé (AM), Osasco (SP) e Bafatá, na Guiné Bissau. A proposta é incentivar, nessas 52 dioceses, a oração pelas vocações e, assim, contribuir para despertar vocações para o sacerdócio, a vida consagrada, a família e a missão. 

“Propomos que, possivelmente, todos os encontros da Igreja, todas as reuniões de Pastorais, Movimentos Eclesiais, Organismos e Serviços, grupos de reflexão, assim como todas as celebrações comecem ou terminem com uma dezena do rosário, conscientemente, pelas vocações. Antes da celebração da Palavra ou da Santa Missa, onde for possível, rezem-se as cinco dezenas”, explica-se na página do projeto na internet (vocacoes.org)

Padre Mario Spaki, um dos responsáveis pelo projeto / Foto: Regional Sul 2 CNBB

“Foi algo que surgiu de forma espontânea, uma iluminação de Deus que, em poucos minutos, nos fez ter esta inspiração divina”, explicou o padre Mário Spaki, secretário-executivo da CNBB – Regional Sul 2. Assim, em março de 2017, a proposta foi apresentada aos bispos paranaenses e de outros estados do país que se interessaram pela ideia e aderiram à proposta.

O início do projeto foi marcado para 29 de março, mas não tem data para acabar. Para o padre Spaki, este plano é um autêntico exemplo do que é a Igreja em Saída, conceito tão disseminado pelo Papa Francisco desde o início de seu pontificado. “Estamos levando a questão da vocação para o povo. Os jovens estão recebendo esta missão de levar para os meios de comunicação e as mídias este conteúdo. É uma atividade de comunhão. Isto é uma Igreja em saída. Não conheço outro trabalho com esta dimensão”, disse o religioso, que acrescentou: “Quando se estabelece uma data final, as pessoas dão por encerrada essas atividades, e esperamos que este trabalhe se alastre para outros lugares”, explicou.

Tecnologia para atrair os fiéis

Esta Ação Evangelizadora lançará mão das redes sociais para atrair ainda mais fiéis, com a proposta também de partilhar por esses meios testemunhos de quem vive com alegria a sua vocação. Para isto, a coordenação do projeto convida as pessoas a gravarem seu testemunho por meio de vídeos que serão postados em seus canais e site oficiais.

“Queremos levar o testemunho das pessoas por meio destas redes, pois de outra forma não conseguimos. Os grandes canais no Brasil não têm interesse nisto, mas nas redes conseguimos alcançar essas pessoas”, afirmou o Padre.

O grande desafio, porém, segundo padre Mário Spaki, é chegar às pessoas de maneira adequada, congregar todas em torno de um objetivo comum. “Só no Paraná, temos mais de 40 emissoras de rádio católicas, sete canais de tevê, cada diocese tem o seu site e o seu jornal diocesano e seus perfis em redes sociais. O que precisamos é unir estes meios de comunicação numa mesma direção”, explicou.

O padre Mário Spaki se inspira num exemplo do Papa Francisco para levar esta Ação Evangelizadora adiante. “O Papa colocou um cartaz em seu escritório em que diz: ‘proibido lamentar-se’. Em vez de nos lamentarmos, vamos propor ações positivas”, ponderou.

O projeto quer inspirar as comunidades a produzir vídeos próprios com testemunhos vocacionais que estão presentes em suas vidas. “O material não tem que ser profissional, pode ser feito de forma amadora”, explicou.

Responder ao chamado de Deus é o propósito da Ação Evangelizadora. Para o padre Spaki, este compromisso sempre esteve inserido em todos, basta despertá-lo. “Nós é que nos distanciamos e deixamos de ouvir, Deus habita este momento histórico que estamos vivendo e isto é extremamente positivo”, finalizou.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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