Apesar de bom grau de instrução, refugiados encontram dificuldades na busca por um emprego
Da redação, com Agência Brasil
A plataforma Empresas com Refugiados, que tem como finalidade difundir práticas que favoreçam a inserção de refugiados pelo Brasil no mercado de trabalho, completa um ano de existência nesta semana. A iniciativa foi desenvolvida pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e pela Rede Brasil do Pacto Global, com o apoio da ONU Mulheres.
No total, as políticas divulgadas pela Acnur beneficiaram 5.500 refugiados, que conseguiram uma colocação profissional ou que participaram de cursos de capacitação. As empresas também podem ganhar destaque por promover atividades de fomento e realizar campanhas sobre a condição de refúgio, como forma de orientar empregados e parceiros comerciais sobre o tema.
“A plataforma foi lançada para que a gente pudesse levar mais informação sobre a população refugiada no Brasil, o perfil dessa população e sua capacidade de trabalho e, com isso, possibilitar que mais empresas pudessem reconhecer as qualificações dessa população e efetuar apoios, contratações”, afirma o oficial de Meios de Vida da Acnur, Paulo Sérgio Almeida. “Por isso, relacionamos experiências bem-sucedidas e criamos esses cases de sucesso, que formaram uma espécie de vitrine para que outras empresas conhecessem.”
O representante da Acnur destaca que é importante os empresários compreenderem que os refugiados são pessoas que têm o desejo de colaborar para o país e que têm, em sua maioria, alto grau de formação. Um estudo divulgado em 2019, pela agência da ONU, mostrou que 34,4% dos refugiados são portadores de diploma universitário ou mesmo já cursaram uma pós-graduação. Apesar disso, um dos principais obstáculos enfrentados por eles, ainda hoje, é a demora na revalidação dos diplomas, procedimento feito pelas universidades federais públicas, aspecto também reforçado por Almeidal.
Como participar
As empresas que desejem aderir à plataforma devem preencher um formulário, detalhando as ações que pratica e declarando que estão em consonância com o propósito do programa. O cadastro é submetido a análise do Comitê Gestor da Plataforma, composto pela Acnur e o Pacto Global da ONU. Exige-se que a prática tenha sido desenvolvida nos 12 meses que antecederam a inscrição na plataforma e que seja de uma empresa (privada, pública ou sociedade de economia mista), de uma fundação/instituto empresarial ou de uma associação empresarial. As demais informações podem ser consultadas no site do projeto.
* Com informações da Acnur.