Orientações pastorais

Padre comenta a atualização das diretrizes gerais da CNBB

Atualizadas à luz da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, diretrizes buscam orientar a ação evangelizadora da Igreja no Brasil

Cícero Lemes – Estagiário
Da Redação

Publicação traz as diretrizes da CNBB para a ação evangelizadora no Brasil

Publicação traz as diretrizes da CNBB para a ação evangelizadora no Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou, no dia 18 de maio, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para o período de 2015 a 2019. O texto foi aprovado na 53ª Assembleia Geral da Conferência, realizada em abril deste ano em Aparecida (SP).

As atuais diretrizes são uma atualização das anteriores, de 2011 a 2015, por preferência dos bispos de manter as cinco urgências da ação evangelizadora no Brasil, que são: a igreja em estado permanente de missão, casa de iniciação à vida cristã, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral, comunidade de comunidades e a serviço da vida plena para todos.

As novidades sobre essas diretrizes é que elas esclarecem alguns temas à luz da Evangelii Gaudium, acolhendo, assim, os ensinamentos do Papa Francisco. Também serviram como base para a revisão o  discurso que Francisco fez aos bispos no Rio de Janeiro por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em 2013.  Quem comenta é o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé, padre Antônio Luiz Catelan, que acompanhou de perto o trabalho de atualização.

Segundo o sacerdote, manter as diretrizes foi uma forma de valorizar o caminho iniciado em torno dessas cinco urgências, que continuam atuais. “Fazer mudança desse esquema de urgências por uma outra organização poderia desestabilizar os planos e até mesmo gerar um pouco de confusão do que valia e não vale mais”.

Alguns pontos de atualização

As orientações da CNBB foram revisadas à luz da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. O documento papal fala, principalmente, de uma Igreja em saída pastoral, enfatizando seu caráter missionário. Os reflexos das palavras do Papa estão principalmente nos capítulos 1 e 2 das diretrizes, informa padre Catelan.

Padre Antônio Catelan fala das diretrizes atualizadas à luz dos ensinamentos de Francisco / Foto: Arquivo

Padre Antônio Catelan, assessor da Comissão para a Doutrina da Fé / Foto: Arquivo

“O aspecto missionário da igreja, aí se baseia muito no Papa Francisco, essa temática de uma igreja em saída, mãe de braços abertos, casa do pai de portas abertas, toda temática missionária acolhida ali”.

O sacerdote também informou que, no segundo capítulo das diretrizes, há uma análise geral da realidade que as pessoas vivem atualmente, porém com uma visão pastoral, perspectiva que segue o que o Papa faz na Exortação, alertando, inclusive, sobre o perigo da globalização da indiferença frente aos problemas atuais.

Destaque e ações práticas

Para padre Antônio, merece destaque nas diretrizes um elemento que também é colhido da Evangelii Gaudium: a centralidade do Querigma, que é o primeiro anúncio de Jesus, algo que deve estar presente em todas as ações eclesiais.

“Um convite às pessoas de se encontrarem com Jesus Cristo, vivo e presente na sua igreja. Portanto há um destaque muito grande desse tema do Querigma, está sobretudo na segunda urgência, ‘Igreja: casa da iniciação à vida cristã’”.

O sacerdote ressalta, porém, a necessidade de aliar a espiritualidade do querigma à sua realidade prática. “Não basta, na minha opinião, e me parece que os textos das Diretrizes vão nesta direção, não basta querigma implícito, é preciso atividades explícitas de anuncio de Jesus Cristo e convite à vida de comunhão com Ele”.

Sobre as diretrizes

As diretrizes gerais da CNBB para a Igreja no Brasil auxiliam no processo de planejamento pastoral das Igrejas particulares, do secretariado-geral da CNBB, das iniciativas da vida consagrada e dos movimentos eclesiais, ou seja, orientam toda a ação evangelizadora na Igreja no Brasil.

Elas constituem o “programa de governo” da nova presidência da CNBB, eleita na Assembleia Geral realizada no último mês de abril, conforme afirmou na época Dom Sérgio da Rocha, novo presidente da entidade.

“A nova presidência não vai fazer as coisas por conta própria. O programa de governo está nas próprias diretrizes que foram elaboradas (…) Os eleitos vão cumprir o que o próprio episcopado estabelece como caminho a seguir”.

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