Dados atualizados

Mais de 2 mil casos confirmados de sarampo nas Américas, alerta OPAS

Onze países já tiveram casos de sarampo confirmados além do Brasil; quantidade já é seis vezes maior que registros de abril deste ano

Da redação, com OPAS

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAN), onze países das Américas notificaram 2.472 casos confirmados de sarampo em 2018. São eles: Antígua e Barbuda (1), Argentina (5), Brasil (677), Canadá (19), Colômbia (40), Equador (17), Estados Unidos (91), Guatemala (1), México (5), Peru (3) e Venezuela (1.613). Os números são da mais recente atualização epidemiológica da OPAS, com dados fechados no último dia 20 de julho.

A quantidade é mais de seis vezes superior ao registrado no dia 6 de abril deste ano (385 casos confirmados) e 68% maior do que o publicado no boletim anterior, em 8 de junho (1.685 casos confirmados) – o que demonstra a velocidade de propagação da doença. O vírus do sarampo permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).

Por esse motivo, a OPAS volta a destacar a necessidade de os países das Américas intensificarem as atividades de vacinação e vigilância, para prevenir e combater a propagação da doença. No Brasil, o organismo internacional está colaborando com as ações para controle do surto de sarampo em dois estados: Amazonas (444 casos confirmados, a maioria em Manaus) e Roraima (216 casos confirmados).

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Em Manaus, o aumento exponencial no número de casos da doença levou as autoridades a decretar, no dia 3 de julho, situação de emergência por 180 dias. Além disso, foram confirmados casos isolados de sarampo e relacionados à importação da doença no Rio Grande do Sul (8), Rio de Janeiro (7), Rondônia (1) e São Paulo (1). Esse cenário representa risco de propagação do sarampo para outros estados e países vizinhos.

 

Comunidades indígenas

Conforme a atualização epidemiológica, as comunidades indígenas que vivem nas áreas fronteiriças da Venezuela são altamente vulneráveis a epidemias de sarampo. Particularmente preocupantes são os Warao, que vivem nas áreas de fronteira do estado Delta Amacuro, entre a Venezuela e a Guiana, e os Yanomami, que vivem em áreas remotas da selva amazônica, ao longo da fronteira entre a Venezuela e o Brasil.

Histórico

A região das Américas foi a primeira do planeta a ser declarada, em 2016, como livre de sarampo ― uma doença viral que pode causar graves problemas de saúde, como pneumonia, cegueira, inflamação do cérebro e até mesmo a morte. Até que a doença, porém, seja erradicada em todo o mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados.

Por isso, é importante tomar medidas para prevenir a introdução e disseminação do vírus do sarampo. A principal delas é a vacinação da população suscetível, mantendo no território nacional uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina.

Essa ação deve ser combinada com a implementação de um sistema de vigilância de alta qualidade e sensível o suficiente para identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais), detectar quaisquer casos suspeitos e realizar ações de bloqueio vacinal (vacinar pessoas não imunizadas que tiveram contato com o caso suspeito) de forma oportuna.

Campanha nacional

No Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo será realizada neste ano entre 6 e 31 de agosto, sendo 18 de agosto o dia de mobilização nacional ― o “Dia D”. Nesta campanha, as crianças devem ser levadas aos serviços de saúde mesmo que tenham sido vacinadas anteriormente. As vacinas estão disponíveis nas mais de 36 mil salas de vacinação do país de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação.

No Amazonas e em Roraima, as atividades para intensificar a vacinação e controlar o surto têm ocorrido desde fevereiro deste ano, com ações de vacinação, vigilância e comunicação, conduzidas pelos governos municipais, estaduais e federal. As faixas etárias dos públicos-alvo da vacinação podem ser diferentes em função da situação epidemiológica de cada localidade.

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