Mês dedicado a Virgem Maria também é um dos meses preferidos das noivas; mulheres comentam sobre a alegria de receber o sacramento do matrimônio em maio
Kelen Galvan
Da redação
Maio, mês em que a Igreja Católica celebra a devoção a Nossa Senhora, também é um dos meses preferidos pelas noivas na hora de marcar o matrimônio. A fama que levou maio a ser chamado de mês das noivas surgiu no hemisfério norte. Como lá, nesta época, a estação é a primavera, o mês passou a ser muito procurado pelo clima agradável, poucas chuvas e a grande variedade de flores, favorecendo os enlaces.
Aqui, no Brasil, a tradição continuou e, apesar de não ser o mês com maior número de casamentos no país, ele ainda leva este título. Um dos principais motivos da escolha é a religiosidade. Muitas católicas desejam casar-se em maio, como forma de conectar-se ainda mais a Nossa Senhora.
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Presença materna
A jornalista Jéssica Marçal dos Santos conta que sempre achou o mês de maio muito significativo e, desde cedo, trouxe o desejo de casar-se neste mês.
“O mês de Maria, mês das mães, mês das noivas. Particularmente, também é especial para mim, pois faço aniversário no dia 19, e também meu pai, já falecido, fazia aniversário no dia 6. Por toda beleza e significado que esse mês carrega, sempre tive no meu coração que me casaria em maio”.
A vontade só aumentou quando, ainda jovem, começou a frequentar sua antiga paróquia: Nossa Senhora de Fátima. “Naquela época, eu já namorava o Tiago, meu esposo, e participávamos juntos. Sempre me encantei com a história de Fátima, o fato d’Ela ter aparecido a três crianças e pedido que rezássemos o terço. A devoção foi tomando cada vez mais espaço no meu coração e despertou o desejo de que eu casasse não apenas em maio, mas também ali, naquela Igreja”.
O anseio de Jéssica era casar exatamente no dia 13 de maio, mas não era possível, por ser dia solene de Nossa Senhora de Fátima. Resolveram, então, marcar o casamento para o dia seguinte. E, naquele ano de 2016, a data caiu justamente num sábado.
Sua devoção a Nossa Senhora nasceu cedo. Ela conta que desde criança ouvia falar da “mamãe do céu”, como a Virgem é carinhosamente apresentada às crianças. E, como perdeu seu pai aos 7 anos de idade, a presença materna foi tudo o que ela teve, embora a paterna, mesmo que por pouco tempo, tenha feito muita diferença.
“Já jovem, quando eu comecei a ter mais consciência na minha vida de fé, me apeguei cada vez mais a Virgem Maria. Eu conheci a história de Fátima e, depois, tantas outras. Elas sempre me revelam, no fundo, o mesmo: ternura, mansidão, amor, obediência. Virtudes da Virgem Maria, que, hoje, como mãe, eu admiro ainda mais e rezo para que eu possa tê-las também e passá-las para a minha filha”.
Hoje, com sete anos de matrimônio, Jéssica conta que pede a proteção e intercessão da Virgem Maria em tudo.
“Carrego uma medalhinha dela no pescoço, junto com um pingente de menina que representa minha filha. Rezamos o terço em família. Tenho duas imagens de Nossa Senhora de Fátima na minha casa, para onde olho e rezo ou então simplesmente passo e digo ‘cuida de nós, mãezinha’”.
Cuidado da Mãe
A farmacêutica Larissa Ramos de Farias Gabriel casou-se neste último sábado, 13. Ela conta que maio sempre foi um mês de muitas comemorações em sua família e nutria o desejo de casar-se neste mês.
“Nós queríamos uma data especial. Então, por providência, demos conta que o dia 13 maio, Dia de Nossa Senhora de Fátima, cairia em um sábado. Uma data mais que especial, pois neste ano eu e meu esposo iremos participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), justamente no país onde a Virgem de Fátima apareceu”.
Ela conta que o casal está se preparando há mais de dois anos para esta peregrinação, em Lisboa (Portugal), e acreditam que será um acontecimento marcante no início de sua vida matrimonial. “Já fomos abençoados pela Virgem no dia d’Ela e, agora, vamos até o lugar onde ela falou com os pastorinhos, para que fale conosco também”.
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Larissa lembra que desde criança participava na Paróquia Imaculada Conceição, onde recebeu todos os sacramentos e, desde aquela época, sente que Nossa Senhora está presente em sua vida, a acompanhando e intercedendo.
Ela conta que cultiva essa devoção também em seu relacionamento. “Sempre rezamos juntos pedindo para que Ela nos abençoe e nos ilumine. E Ela nos auxilia em tudo. Desde o momento em que marcamos o casamento, Ela cuidou de tudo”.
Agora, recém-casados, Larissa sente essa proximidade da Mãe do céu. “A maioria dos lugares que visitamos tem algo de devoção a Ela, tanto nas igrejas, parques e lojas pelas quais passamos. É como um presente de Deus para conosco, para nos lembrar que Ela está sempre ali, intercedendo por nós e nos tranquilizando, pois Ela cuida de tudo”.
Devoção a Maria e a São José
A dentista Ana Lívia Aquino Rangel Gonçalves conta que eles não tinham planejado uma data, mas, ao buscar agendar o casamento, surgiu a possibilidade do dia 1º de maio. “Tudo conciliou. Foi muito especial ter casado no mês de Maria e dia de São José. Sentimos muito agraciados”.
Ela lembra que, desde pequena, sua mãe a levava para participar da Novena de Nossa Senhora Auxiliadora, que acontece todos os anos no mês de maio, no Santuário São Benedito, em Lorena (SP).
“Quando eu era pequena, eu fazia muitas novenas lá e tinha o desejo de me casar no Santuário. Um dos motivos. E acabou dando tudo certo”, afirma Ana Lívia. Um fato que ela destaca foi também a presença de São José, que sempre teve uma forte ligação com o seu relacionamento.
O casal permanece cultivando essa devoção ainda hoje. “Nossa relação com nossa religião sempre foi muito forte, e Maria, com certeza, esteve e está sempre com a gente. Desde o nosso namoro até hoje, nós rezamos o Terço, vamos à Missa, confessamos frequentemente. Graças a Deus, e a exemplo de Maria e São José, conseguimos viver um namoro casto e, hoje, estamos com dois anos de casados”, enfatiza.