Mês mariano

Felipe Aquino frisa papas que ajudaram a propagar a oração do Terço

Professor de História da Igreja cita Leão XIII, São João Paulo II, Bento XVI e Francisco como papas que valorizam e recomendam vivamente a oração do Terço e do Rosário

Huanna Cruz
Da Redação

Foto: Marissa Demuner na Unsplash

Neste mês de maio, a Igreja celebra a devoção a Virgem Maria, Mãe de Deus. A oração do Santo Terço é uma expressão do amor dos fiéis a Nossa Senhora e tem sua origem remontada ao costume, dos antigos monges, de fazer suas preces, contando-as com o uso dos dedos, pedrinhas ou grãos.

O professor de História da Igreja Felipe Aquino recorda que, na Idade Média (séculos X-XII), os fiéis costumavam rezar o “Pai-Nosso” e a “Ave-Maria” por várias vezes consecutivas quando não conseguiam recitar os 150 Salmos.

Ainda de acordo com ele, uma forte tradição diz que São Domingos de Gusmão, enviado pelo Papa Gregório IX (1227-1241) para converter os hereges cátaros na França, recebeu a visita de Nossa Senhora que lhe apresentou o Terço e o Rosário. O santo caminhava rezando o Rosário e pregando a Doutrina da Fé. Ele converteu milhares de hereges com a oração do Terço, sublinha Aquino.

Essas orações foram se codificando e regulamentando aos poucos. Segundo o professor, elas chegaram à sua forma atual no século XVI, a partir do Papa S. Pio V (1566-1572). Foi este Pontífice quem determinou o tanto de orações – “Pai-Nosso” e “Ave-Maria” – no Terço, como o teor dos mistérios. S. Pio V atribuiu a eficácia dessa prece à vitória naval de Lepanto contra os muçulmanos que queriam dominar a Europa. A ocasião salvou o cristianismo de um grande perigo, por isso o Papa S. Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário em 7 de outubro.

Professor Felipe Aquino/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova

A oração do Terço e os Papas

A devoção foi  favorecida pelos Papas, indica Aquino. Ele destaca Leão XIII, que determinou que fosse o mês de outubro dedicado, em todas as paróquias, à reza do Terço e do Rosário.

“Há muito tempo, os papas valorizam e recomendam vivamente a oração do Terço e do Rosário, especialmente os últimos papas, sobretudo a partir das aparições de Lourdes (1858) e Fátima (1917). Em Fátima, Nossa Senhora recomendou que se reze o Terço todos os dias, e disse que ‘não há problema de ordem pessoal, familiar e nacional que a oração do Terço não possa ajudar a resolver’”, recorda.

O professor lembra também que Leão XIII (1878-1903) escreveu 16 documentos, sendo 11 encíclicas e uma Constituição Apostólica, sobre o Rosário. Paulo VI dedicou três documentos; entre eles a encíclica: Mense (29 de Abril de 1965), que sublinha que Maria é o caminho para Cristo.

Na Carta Apostólica “Rosarium Virginis Mariae”, São João Paulo II declara: “Percorrer com Ela [Maria] as cenas do Rosário é como frequentar a ‘escola’ de Maria para ler Cristo, penetrar nos seus segredos, compreender a sua mensagem. O Rosário pode promover o ecumenismo”. “É a minha oração predileta”.

Aquino pontua que, em 10 de outubro de 2010, o Papa Bento XVI disse que o Rosário é “a oração mais querida pela Mãe de Deus e que conduz diretamente a Cristo”. “O Rosário é a oração bíblica, totalmente tecida pela Sagrada Escritura. É uma oração do coração, em que a repetição da ‘Ave-Maria’ orienta o pensamento e o afeto para Cristo”.

No vídeo divulgado ao final das celebrações do centenário das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, Papa Francisco também frisa a importância da oração do rosário. “Quero vos dar um conselho: nunca deixeis o Rosário, rezai o Rosário como Ela pediu”.

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