7 de abril

No Dia do Jornalista, profissionais contam como o Papa os inspira

Jornalistas são os destinatários de muitos discursos e mensagens de Francisco

Julia Beck
Da redação

Jornalismo é apontado como essencial, principalmente neste tempo de pandemia, pelos profissionais da área /Foto: Austin Distel via Unsplash

Nesta quarta-feira, 7, é celebrado o Dia do Jornalista. Destinatários de muitos discursos e mensagens do Papa Francisco, alguns desses profissionais contam como o Santo Padre os inspira.

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Motivação

Manoela Castro /Foto: Arquivo Pessoal – Manoela

A assessora de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Manoela Castro, de 38 anos, afirma que o Pontífice sempre a inspirou. De acordo com a jornalista, Francisco é um grande comunicador.

“Ele tem uma sensibilidade enorme para falar de assuntos de comunicação e ele realmente os valoriza. O Papa costuma falar da importância do nosso trabalho e isso nos motiva muito, deixa-nos em sintonia com o pensamento da Igreja”.

Corresponder ao chamado de Deus

O repórter da Rede Aparecida de Comunicação, Mário de Paula, de 27 anos, aponta Francisco como uma “inspiração divina”. “Tudo que ele fala é de uma sabedoria imensa, puramente guiada e inspirada pelo Espírito Santo”.

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O profissional conta que as encíclicas, cartas e documentos do pontificado do Papa mostram a preocupação que ele tem de inspirar as pessoas para que possam corresponder ao chamado de Deus.

Proximidade

O editor de texto do Canção Nova Notícias, Pedro Luiz Monteiro Teixeira, de 55 anos, relata a proximidade que sente com o Santo Padre. “A impressão que eu tenho do Papa Francisco é a de que ele olha dentro dos meus olhos enquanto fala. Ele me transmite sinceridade”.

Francisco com jornalistas durante recente voo rumo ao Iraque / Foto: Andrew Medichini/Pool via REUTERS

O jornalista afirma que a profissão exige cuidado com o ego. “Caso contrário, passamos a confiar que somos donos da verdade”, explica.  Segundo Teixeira, uma frase do Papa, dita no ano passado, marcou-o sobre o tema.

Na ocasião, Francisco alertou: “A humildade de não saber tudo é o que move a apuração. A presunção de já saber tudo é o que a bloqueia”.

Para o editor, a sabedoria de Francisco é sempre oportuna num tempo em que os egos estão prontos a interferir tanto na personalidade quanto nas redações. 

Rafaela Ramos /Foto: Arquivo Pessoal – Rafaela

Dignidade e honra

A editora chefe e apresentadora da InterTV dos Vales, Rafaela Silva Ramos Gaiotti, de 33 anos, comenta que como católica e jornalista acredita que a palavra do Papa sempre norteia o exercício de sua profissão.

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“As palavras dele e de seus antecessores me inspiram com toda certeza, sobretudo a realizar o meu papel de jornalista com maior dignidade e honra”.

Coberturas Papais

A missionária e editora-chefe do Jornalismo da Canção Nova em São Paulo, Danusa Silva do Rego, de 37 anos, cobriu de perto, por três anos, o pontificado de Bento XVI e também por três anos o do Papa Francisco.

“Com eles aprendi, entre tantas coisas, que minha comunicação não pode ser vazia”, sublinha.

Uma recordação de Danusa foi o primeiro compromisso público e oficial de Francisco, após o conclave, com os jornalistas.

“Eu estava lá! Na ocasião, ele reconheceu e agradeceu nosso árduo trabalho naqueles dias, desde a renúncia de Bento XVI até sua eleição (realmente foram exigentes, porém, inesquecíveis!)”.

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Uma das frases do Santo Padre, lembrada pela jornalista foi: “Podeis estar certos de que a Igreja, por sua vez, presta grande atenção ao vosso precioso trabalho; é que vós tendes a capacidade de identificar e exprimir as expectativas e as exigências do nosso tempo, de oferecer os elementos necessários para uma leitura da realidade”.

Em 2016, a missionária viveu outra experiência forte com o Papa quando participou do vídeo com suas intenções de oração pelos jornalistas.

“No vídeo, ele perguntava: ‘Como se podem colocar os meios de comunicação ao serviço de uma cultura do encontro? Ajudas-me a difundir esta intenção?’. E eu tive a oportunidade de, ao lado de colegas vaticanistas, dizer: ‘sim’ ao Santo Padre”.

Sacerdote e jornalista

Padre Andrey Nicioli, vigário paroquial na Paróquia São José Operário, em Pouso Alegre (MG), é também jornalista. O sacerdote define o Pontífice como um homem coerente, que não tem medo de falar a verdade e lutar pela verdade.

“Primeiramente, inspira-me como cristão. Todos nós deveríamos ser assim. Segundo, como profissional, na luta pelo diálogo, pela coerência, pela justiça, pela igualdade”, destaca.

A expressão “construir pontes”, muito utilizada por Francisco foi recordada por padre Andrey. “Não é essa a missão do jornalismo? Unir, congregar, informar, lutar para que a sociedade mantenha sua ordem e sua igualdade. Não é porque alguém pensa diferente de mim que ela tem que ser eliminada ou ridicularizada. O ‘construir pontes’ se dá justamente nesta questão: apresentar os fatos, favorecer o diálogo”. 

Profissão na pandemia

Padre Andrey Nicioli /Foto: Arquivo Pessoal – Padre Andrey

Os seis jornalistas destacaram o valor da profissão principalmente em tempos de pandemia. Manoela afirma que no tempo atual a comunicação tem papel essencial na formação e informação da população.

Padre Andrey reforça que o jornalista é a voz e os olhos de toda sociedade, devendo prezar sempre pela verdade, pela apresentação dos fatos e seus lados. “O jornalismo não se posiciona, mas apresenta”.

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A pandemia, ressalta Pedro, é um tema que se distingue pela permanência diária nos meios de comunicação. “Há sempre muito a falar dela como o desenvolvimento de vacinas, leitos hospitalares, mortes, transmissão, cuidados etc”.

Principais desafios

Não somente o valor da profissão na pandemia é uma unanimidade entre os jornalistas, como também os principais desafios: fake news e negacionismo.

Atualmente, Pedro conta que além de noticiar, o jornalista ainda precisa, muitas vezes, ocupar-se em desmentir notícias.

Mário de Paula /Foto: Arquivo Pessoal – Mário

Mário acrescenta à lista de dificuldades, a exposição. “Expomos-nos para correr atrás da informação, principalmente neste tempo de pandemia em que os cuidados são redobrados”.

Outro desafio, desta vez apontado por Danusa, é o de encontrar esperança em meio a tantas notícias difíceis.

“Mas não desistimos! Todos os dias, sem negar a verdade e sem ser ingênuos, optamos por mostrar a solidariedade, dar notícias que acalentam os corações e contar histórias que inspiram”, assegura.

Formar mais que informar

Um dos pedidos do Papa, segundo Mário, é em prol de uma comunicação do bem, que soma e não divide, muito menos subtrai.

“O jornalismo, além de informar, ele forma. Ajuda o cidadão a formar sua opinião a partir de dados certos, concretos e corretos”, reforça.

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Pedro destaca que a informação que constrói é aquela que forma. “É a que desmascara. A que faz pensar. Melhor ainda, quem a recebe se move e transforma o mundo que está ao alcance dele, mesmo que a longo prazo”.

Monica afirma que não só os jornalistas devem comunicar para construir, mas todos. “Todas as pessoas são comunicadoras quando passam a boa nova, quando informam bem uma pessoa, quando se tornam um formador de opinião. Precisamos de comunicadores da verdade e da justiça”, defende.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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