Comemoração dos 40 anos da Comunidade Canção Nova acontecerá ao longo do ano de 2018
Denise Claro
Da redação
Neste domingo, 26, a Igreja comemora a Solenidade de Cristo Rei. E foi nesta mesma festa, que, no ano de 1977, Padre Jonas Abib fez o apelo aos jovens para viverem em Comunidade: “Quem quer dar um ano da vida pra Deus, para viver em Comunidade e fazer o que eu faço com vocês?”
A pergunta surgiu de uma inspiração de Deus e foi feita após um tempo de Catecumenato com os jovens. O grupo já vinha se reunindo, e neste dia seria o encerramento de um dos encontros. Padre Jonas é quem conta:
“Fiz a primeira palestra, já prevista. Como era o fim de semana de Cristo Rei, falei sobre a majestade, a soberania, o senhorio de Jesus. A palestra, sem que eu imaginasse, preparou o ambiente para que eu fizesse a proposta aos jovens. Para meu espanto, uma turma enorme se levantou. Refiz a pergunta e o mesmo número aceitou. Então eu disse a eles que tinham até janeiro para me dar uma resposta por escrito, com a permissão de seus pais.”
Luzia Santiago, cofundadora da Canção Nova, conta que demorou para se levantar. Somente na segunda vez que o Padre perguntou é que ela respondeu: “Eu sabia que, se me levantasse, não seria somente por um ano, mas seria para a vida inteira!”
Luzia lembra que teve que abrir a Palavra de Deus, e foi a passagem de Lucas 14, 28-31 que a iluminou. O trecho fala sobre uma construção, em que se precisa verificar primeiro se há condições de levá-la em frente, antes de levantá-la. “Era preciso fazer as contas”, diz Luzia.
Pouco mais de dois meses depois, no dia 2 de fevereiro de 1978, se inaugurava a Comunidade Canção Nova, com 12 pessoas.
Canção Nova, a Casa de Maria
A Casa de Maria, na cidade de Queluz, está intimamente ligada ao início da Comunidade Canção Nova. Foi nela que aconteceu o apelo e que a comunidade nasceu.
A casa havia sido erguida após a necessidade de um local mais adequado para os encontros até então realizados na cidade de Areias (SP). O terreno tinha sido doado em 1976 e, em seis meses, a casa foi construída.
O senhor Hélio Ezequiel participou dos primeiros encontros e ajudou na obra da casa. “Desde que conheci a Canção Nova, a abracei, e nunca mais vou deixá-la. A Canção Nova mudou a minha vida. Padre Jonas me mostrou um Jesus que eu não conhecia.”
Ao ser perguntado sobre os frutos que a Canção Nova deu nesses 40 anos, Sr. Hélio responde: “O maior fruto da Canção Nova é a oficina de santos que é esta obra. A Canção Nova já forma homens e mulheres novas para um mundo novo. Eu amo esse Carisma. Ninguém naquela época podia imaginar o que a Canção Nova se tornaria. Sou hoje engajado na casa de Queluz, e vejo que a Canção Nova ainda tem muito por fazer. Agradeço muito a Deus por fazer parte dessa família.”
40 anos da Canção Nova
Diácono Nelsinho Correa é membro da Canção Nova desde 1984, mas acompanha o Padre Jonas desde 1975, quando tinha 15 anos. Ele diz que o fato do apelo do Padre Jonas ter acontecido na Festa de Cristo Rei não é um detalhe, mas diz muito do carisma Canção Nova:
“Não foi planejado… Padre Jonas vinha de trem, e na viagem sentiu o impulso. A vida inteira Padre Jonas passou pregando sobre o senhorio de Jesus, o Querigma, com muitos frutos de conversão.”
Diácono Nelsinho reforça que esses 40 anos do chamado para se viver em comunidade é uma oportunidade de retomada das origens:
“Padre Jonas fala que a Canção Nova nasceu num presépio. E o presépio foi Areias, foi a Casa de Maria em Queluz, e na verdade hoje é um chamado a retornarmos à humildade e à simplicidade originais. Esse é o apelo atual e o desafio para nós: voltar às raízes.”