Empresas devem adaptar-se continuamente e estar sempre atentas ao desejo dos consumidores
André Prado*
Não há como negar que o mundo passa por constantes mudanças. Isto propicia alterações no modo de pensar e agir das pessoas e organizações. Uma empresa deve estar sempre atenta ao desejo dos consumidores, adaptando-se rapidamente às mudanças necessárias em consonância com o ambiente interno e externo.
Entretanto, as empresas devem observar as modificações que realmente se fazem necessárias, pois algumas transformações podem piorar a situação existente. Resumidamente, as mudanças somente devem ser aplicadas nas ocasiões em que houver real necessidade.
A administração pública por vezes dá o exemplo de modificações que são apelidadas de “perfumarias”, pois não apresentam transformações significativas. Alguns gestores públicos assumem mandatos invertendo mãos em ruas, maquiando as cidades e colocando obstáculos nas vias.
Pode até ser que parte das mudanças seja necessária neste sentido, mas muitas vezes isto até piora o que já existe por falta de um planejamento adequado. De toda forma, o gestor eleito quer passar a ideia de que está fazendo mudanças.
Esta ação ludibria ainda mais os alienados e acaba por ocultar o que o chefe do poder executivo tem realmente de fazer, como atrair empresas para gerar empregos, pavimentar vias públicas, investir na construção de conjuntos habitacionais, creches, escolas, gerar ações sociais, culturais e assim por diante.
Outras transformações podem acabar gerando um empate similar a trocar seis por meia dúzia. Neste caso ainda acaba sendo melhor do que trocar seis por zero em mudanças que apenas pioram o que já existia.
Todavia, os administradores devem estar sintonizados com suas equipes para promoverem as transformações que realmente sejam indispensáveis, evitando criar organogramas sem nexo ou promovendo alterações apenas para dizer que estão realizando mudanças sem resultar em benefícios contundentes. Afinal, mudanças erradas apenas conduzirão a empresa ao caos ou promoverão uma bagunça muito difícil de ser organizada até mesmo por um gestor competente.
Depois de aplicada a mudança, é preciso mensurar se realmente houve melhorias consideráveis, pois todos os envolvidos estarão observando se o panorama modificou-se de forma positiva ou negativa.
Cabe ressaltar que a medição das transformações deve ser realizada por meio de indicadores e ouvindo todos os envolvidos. Lamentavelmente, sempre existirão alguns que querem que a situação piore para culpar o gestor.
Uma das máximas do atletismo incorporada ao ambiente empresarial popularizou-se no seguinte pensamento: “em time que está ganhando não se mexe”. Isto inclusive virou clichê, mas na verdade recomenda-se apenas mexer em times vencedores para melhorá-los ainda mais, jamais para piorá-los.
A mudança planejada
Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, reconhecido como um conceituado professor da Universidade de São Paulo, autor renomado de vários livros, em uma de suas obras destina um capítulo inteiro somente para tratar da mudança planejada considerando as condições para o fracasso e o sucesso do desenvolvimento organizacional.
As alterações em uma organização devem ocorrer por agentes internos ou externos considerando as questões comportamentais, estruturais, tecnológicas e estratégicas. A real necessidade de mudança trará a percepção de adaptação da nova realidade.
Não se pode desprezar que as tendências dos negócios mudaram muitos conceitos, como a instantaneidade, virtualidade e a necessidade de inovação em produtos ou serviços.
A competitividade, principalmente em empresas particulares, impulsiona algumas transformações que não podem ser adiadas. Mas para que ocorram alterações significativas nas melhorias dos processos, além de planejadas, recomenda-se que as mudanças sejam participativas e jamais definidas como uma ditadura imposta de cima para baixo por um número restrito de gestores detentores de poder que abusam das abordagens top-down.
Para que mudanças ocorram buscando condições de sucesso no desenvolvimento organizacional, deve haver entre outros cuidados: conscientização, envolvimento dos colaboradores, confiança, responsabilidade pelos resultados, mente aberta a novas soluções, sinergia, ciência de que o coletivo é mais importante do que os desejos individuais, consideração e respeito pelas pessoas que estarão envolvidas na mudança.
Somente assim, o processo de mudança atingirá o macro-objetivo corporativo visando o direcionamento correto do desenvolvimento organizacional de modo bem sucedido voltado ao crescimento mútuo e contínuo.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br
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