Terceiro dia da 58ª Assembleia Geral teve o tema “Novo Estatuto da CNBB” exposto por Dom Joel Portella
Da redação, com CNBB
O caminho percorrido para a formulação do “Novo Estatuto da CNBB” foi o primeiro assunto a ser discutido pelo episcopado brasileiro neste terceiro dia da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Nesta quarta-feira, 14, a exposição do tema foi realizada pelo bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado.
Processo iniciado em 2017
O atual Estatuto e Regimento da Conferência é do ano de 2002. Seu processo de reforma foi iniciado no ano de 2017. Em 2019 foi realizada uma alteração, com a inserção de mais um membro na presidência, o 2ª vice-presidente.
Em 2020, por fim, iniciou-se o processo de elaboração para o que foi chamado de “Novo Estatuto”. Uma necessidade sentida pelo episcopado. O objetivo é dar respostas novas e encontrar novos modos de exercer a missão.
Leia mais
.: Todas as matérias da 58ª Assembleia Geral dos bispos do Brasil
“Nós precisamos, com nosso Estatuto, dar uma resposta às mudanças no mundo e também àquilo que tem acontecido na Igreja nos últimos anos”, afirmou Dom Joel.
O bispo revelou que o objetivo é tornar a CNBB mais adaptada ao momento histórico atual.
Sete etapas de elaboração
O caminho de formulação desse Novo Estatuto será realizado em sete etapas. A primeira delas, já realizada, foi a produção de um material de reflexão, elaborado por uma Comissão constituída.
A segunda etapa, que é o ponto em que está a produção. É a reflexão realizada por blocos regionais (Sul, Leste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte).
Após essa segunda etapa, que está sendo concluída nesses dias de Assembleia, o material será enviado para a formulação Jurídico-Canônica. Esta constitui a terceira etapa.
A quarta etapa será a apresentação da proposta estatutária e regimental aos bispos, com nova participação dos blocos regionais.
A quinta etapa será o aprimoramento redacional jurídico-canônico e a prévia aprovação no Conselho Permanente.
A sexta etapa, será a discussão final e aprovação na próxima Assembleia Geral da CNBB.
Por fim, a sétima e última etapa será a aprovação por parte da Sé Apostólica.
Missão e sinodalidade: mística presente no Novo Estatuto
Neste caminho de reflexão e elaboração, iniciado em setembro de 2020, Dom Joel destacou que houve uma preocupação quanto à mística que o documento deve conter.
“Antes de pensar na organização, nós precisamos pensar no que o Espírito Santo está pedindo à Igreja hoje. Desde o início, percebemos que apareceram as seguintes palavras: sinodalidade e missão”, disse.
Três eixos
Dessa forma, sinodalidade e missão, constituem como uma grande moldura de todo trabalho de formulação desse Novo Estatuto. Ele também contempla três eixos: formação integral, gestão pastoral e diálogo com a sociedade.
Formação integral
A formação integral é uma questão a ser considerada não somente na formação dos futuros sacerdotes, mas de todo batizado e batizada.
De acordo com o secretário-geral da CNBB odos precisam estar preparados para enfrentar os desafios atuais e dar as razões da esperança cristã.
Gestão pastoral
A gestão pastoral vai desde os bens temporais até a gestão pastoral das igrejas. Ela visa considerar as exigências novas e as compreensões legais que se transformam, como a relação entre Igreja e Estado.
Neste eixo, considera-se também as relações entre CNBB e as Igrejas Particulares.
Diálogo com a sociedade
O diálogo com a sociedade é um processo que começou a ser desenvolvido com a comunicação institucional, mas que precisa ser discernido e ampliado.
Os bispos identificam a necessidade de que a palavra dita à sociedade, como Conferência Episcopal, tenha a força da unidade e do testemunho.
“É importante que o nosso Estatuto permita que os batizados e batizadas se preparem para enfrentar os desafios de hoje, que a nossa gestão corresponda às exigências de hoje e que possamos ser uma Igreja em diálogo com a sociedade”, concluiu Dom Joel.
Trabalho percorrido
O caminho percorrido até o momento para a elaboração do Novo Estatuto da CNBB foi coordenado e executado pelo Instituto Nacional de Pastoral, padre Alberto Antoniazzi (Inapaz).
O Inapaz, desde setembro de 2020, realizou consultas, escutou os arcebispos e bispos por blocos regionais, os assessores das comissões, os secretários executivos dos regionais, coordenadores de organismos relacionados e vinculados, peritos e colaboradores de instâncias, que constituem os diversos atores da Conferência Episcopal.
O Instituto também promoveu uma série de eventos virtuais, transmitidos pelo Canal do Youtube da Conferência. Ao todo, foram abordados seis temas gerais sobre os critérios: missão e sinodalidade. Também foram abordados os eixos: gestão pastoral, formação integral e diálogo com a sociedade.
Foco
Ao final da exposição, o secretário-geral recordou aos bispos que este é “o documento máximo para a administração da Conferência”. Sendo assim, neste momento é necessário manter o foco para que, juntos, formulem um estatuto que responda aos desafios do tempo presente.