Programação da festa acontece no Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Beata Nhá Chica em Baependi (MG)
Da redação
Nesta segunda-feira, 14, uma Missa Solene marcou a celebração da Festa da Beata Francisca de Paula de Jesus, mais conhecida como Nhá Chica. A Missa aconteceu, às 9h30, e faz parte da programação da festa no Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Beata Nhá Chica em Baependi (MG).
Na homilia, o bispo de Campanha, Dom Pedro Cunha Cruz, falou da alegria em celebrar a festa de Nhá Chica:
“Nhá Chica, antes mesmo da sua beatificação, já tinha vários devotos espalhados pelo Brasil afora. Leiga, descendente de escravos, analfabeta, mas que quis ser sinal da presença de Deus no meio de seu povo e por onde passava.”
O bispo lembrou que a Igreja vive, neste ano, o Ano da Família e o Ano de São José, o “homem do sonho”, que quis viver o sonho que Deus tinha para ele.
“Foi exatamente pelo sonho que José descobriu o projeto de Deus não somente para ele, mas para a Sagrada Família, e contribuiu com o Plano Salvífico de Deus para a humanidade inteira.”
Dom Pedro frisou que, como José era o homem do silêncio e da fidelidade, Nhá Chica também foi silenciosa, e uma pessoa de ação.
“Que sempre ouviu a Palavra de Deus lida por alguém. Essa Palavra entrava e iluminava a sua existência, e ela levava essa Palavra e essa luz aos outros.”
Missão de Nhá Chica
Nhá Chica entendeu o que Deus queria dela, entendeu que sua missão no mundo era maior até mesmo do que ter uma família.
“Despojou-se de tudo, porque sua Missão era levar as pessoas a entender e viver a Palavra de Deus. Sua família eram os pobres e necessitados. Em sua casa, todos se sentiam acolhidos. Nhá Chica deu tudo o que tinha para ‘enriquecer’ os que mais precisavam.”
O bispo salientou que quando se fala da beata, o que vem à mente é a fidelidade e a simplicidade. Uma mulher que, mesmo iletrada, era sábia.
“Mulher da Palavra, mulher da oração e mulher da caridade. Sua mensagem, hoje, convida-nos à obediência à Palavra de Deus. Não só ouvir, mas obedecer e tornar-se um verdadeiro discípulo.”
Biografia de Nhá Chica
Francisca de Paula de Jesus, carinhosamente chamada de Nhá Chica, nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rey (MG), aos 26 de abril de 1810. Ainda menina, mudou-se com a mãe e o irmão para Baependi (MG). Pouco tempo depois, ficou órfã. Desde então, resolveu seguir o conselho de sua mãe: dedicar-se à fé e à caridade. Assim viveu até a sua morte em 14 de junho de 1895.
Por sua fé e clarividência, Nhá Chica passou a ser aclamada pelo povo como ‘a Santa de Baependi’.
Analfabeta, Nhá Chica foi agraciada por Deus com os dons especiais de oração, sabedoria e profecia, sempre usados para ajudar o próximo: dos mais humildes aos conselheiros do Império, que viajavam especialmente a Baependi para ouvir suas predições. Quando alguém se admirava com os fatos inusitados ocorridos por sua influência, ela dizia: “Isto acontece porque rezo com fé”. Fé devotada a Nossa Senhora da Conceição.
Nhá Chica rezava diariamente aos pés de sua imagem da Imaculada Conceição, a quem se referia como “Minha Sinhá”. Sua crença a fez erguer uma capela em devoção a N. Sra. da Conceição em 1865.
A antiga capela deu lugar ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição, onde Nhá Chica foi enterrada, conforme seu desejo.
Por todos os fatos ocorridos e relatos presenciados, em julho de 1993, a Diocese de Campanha instaurou o Tribunal pela Causa de Beatificação de Nhá Chica – o primeiro passo à Canonização.
A beatificação aconteceu no dia 4 de maio de 2013 em Baependi. A data de 14 de junho foi fixada como a festa litúrgica em memória de Nhá Chica.