Desde o anúncio da beatificação, em 3 de outubro, a Igreja em Santana do Cariri tem promovido diversas atividades em honra a Serva de Deus
Da Redação, com Diocese de Crato
É celebrada nesta quinta-feira, 24, em Santana do Cariri, diocese de Crato no Ceará, a data do martírio da jovem Benigna Cardoso da Silva. Há 16 anos a data é comemorada com uma grande Romaria na cidade. Neste ano, são esperadas cerca de quarenta mil pessoas.
A festividade assume, neste ano, um caráter especial, pois no último dia 3 de outubro, o Vaticano anunciou a beatificação de Benigna, morta na década de 40, após resistir a uma tentativa de abuso sexual.
Desde o anúncio, a Igreja em Santana do Cariri tem promovido diversas atividades em honra a Serva de Deus. No último domingo, 20, a cidade se mobilizou para a 4ª Romaria das Crianças, uma das demonstrações mais fortes da devoção dos pequenos à Benigna.
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Benigna recebeu o título de Serva de Deus em janeiro de 2013, quando o processo foi oficialmente iniciado na Diocese de Crato. Durante cinco anos foram analisados os detalhes que envolveram sua morte para comprovar se ela, realmente, sacrificou-se por exercer virtudes relacionadas à fé.
A entrega da documentação final, chamada de “Positio Super Martyrio” (Posição sobre Martírio) foi entregue em junho deste ano na Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, pelo professor Vittorio Capuzza, postulador da causa de Benigna Cardoso. Uma cópia foi entregue pelo bispo de Crato, Dom Gilberto Pastana, ao padre Paulo Lemos, pároco da Paróquia Senhora Santana, de Santana do Cariri.
O documento, em italiano, de 204 páginas divididas em 06 capítulos, viabilizou a aprovação do Papa Francisco. Como Benigna é considerada mártir, para sua beatificação não foi necessário comprovação de um milagre, mas a análise da “Positio” pela comissão dos teólogos, em Roma.
Benigna Cardoso da Silva, leiga, nascida em 15 de outubro de 1928 em Santana do Cariri, no Ceará, morreu mártir em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos de idade, ao defender-se de uma tentativa de abusos sexual. Considerada “Heroína da Castidade”, desde o momento de sua morte teve reconhecida pela Igreja local sua fama de santidade.
O pároco Cristiano Coelho Rodrigues, diretor espiritual da jovem, deixou escrito em seu registro de batismo na época, uma homenagem: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.