Perseguido pela ditadura eslovaca do século XX, padre Titus Zeman lutava pela liberdade e dignidade de seu povo
Da redação, com Rádio Vaticano
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Opôs-se ao ódio com a força do amor, afirma cardeal Amato sobre padre Titus Zeman, mártir eslovaco que será beatificado hoje, 30 / Foto: Salesianos
Será beatificado neste sábado, 30, na Igreja da Sagrada Família em Brastislava, na Eslováquia, padre Titus Zeman, mártir salesiano perseguido pela ditadura comunista de seu país no século XX. O presbítero incentivava e trazia ao país jovens italianos aspirantes ao sacerdócio para ajudarem na defesa da liberdade e dignidade do povo eslovaco.
“Foram fechadas as escolas católicas e confiscados os seus bens; presos e condenados bispos, sacerdotes e leigos. Neste clima de autêntica perseguição, padre Titus e muitos outros com ele, demonstraram uma coragem extraordinária, opondo-se ao ódio com a força do amor”, comentou o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato.
O ideal apostólico do mártir salesiano é apontado pelo cardeal Amato, como a razão principal para a condenação de padre Titus, por alta traição, à chamada “Torre da Morte”. No local, prisioneiros eram obrigados a escavar na rocha para extrair urânio, altamente tóxico e radioativo, fator apontado como causa da morte do mártir, somado ao frio e o cansaço no campo de extermínio.
“Trata-se de um aspecto frequentemente negligenciado mas essencial no empenhativo apostolado da educação dos jovens. Dom Bosco repetia frequentemente que, quando um salesiano sucumbe, trabalhando pelas almas, a Congregação terá um grande triunfo. E o grande educador da juventude falava não somente daquele extenuante martírio cotidiano, que é a caridade pastoral pelos jovens, mas também do martírio cruento: ‘Se o Senhor na sua providência quisesse dispor – ele dizia – que alguns de nós sofrêssemos o martírio, deveríamos nos assustar por isto?'”, finalizou o cardeal Amanto.
Segundo o cardeal Angelo Amato, padre Titus Zeman nasceu em Vajnory, próximo a Bratislava, na Eslováquia, em 4 de janeiro de 1915. Primogênito de uma família cristã de dez filhos, foi ordenado sacerdote salesiano em 1940. Arriscou sua vida, atravessando a fronteira para trazer para a Itália jovens aspirantes ao sacerdócio. Preso, foi condenado pelo regime comunista à prisão e trabalhos forçados. Morreu em 18 de janeiro de 1969, e em 1991, o processo de reabilitação o proclamou definitivamente inocente.
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