Massacre é considerado o maior em um presídio brasileiro desde o ocorrido no Carandiru
Da redação, com Arquidiocese de Manaus
Diante do massacre ocorrido no último domingo, 1º, no Sistema Penitenciário de Manaus, onde morreram ao menos 60 detentos, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Manaus se pronuncia em defesa da vida e manifesta solidariedade às famílias enlutadas.
Uma Missa em sufrágio das vítimas será celebrada neste sábado, 07, às 16h na Catedral da Imaculada Conceição.
Em nota publicada no facebook da arquidiocese, o arcebispo local, Dom Sérgio Eduardo Castriani, e a Pastoral Carcerária criticam a realidade do Sistema Prisional.
A Pastoral destaca que visita as prisões há 40 anos e, por isso, afirma que o Sistema prisional não recupera o cidadão. “Pelo contrário oportuniza escola de crime, em vez de oferecer atividades ocupacionais aos internos”.
Segundo ela, a raiz do problema carcerário no Estado do Amazonas e no Brasil é a falta de políticas públicas. A terceirização também fragiliza o sistema, onde o preso representa apenas valor econômico.
“Manifestamos nosso repudio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida, achando que a mesma é descartável, onde se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos (as)”, ressalta a nota.
Por fim, a arquidiocese afirma que não se pode responder violência com violência, mas com não-violência, visando uma cultura de paz.
Segundo o o governo do Amazonas, a rebelião foi resultado de uma guerra entre as facções Família do Norte e PCC (Primeiro Comando da Capital) por disputa de espaço no tráfico de entorpecentes no Estado. O episódio terminou com a morte de 60 presos e a fuga de 184, dos quais, 136 ainda estariam foragidos. O massacre é o maior em um presídio brasileiro desde o do Carandiru.