Aos 50 anos de idade, a Renovação Carismática Católica abarca inúmeros testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas
André Cunha
Da redação, com colaboração de Denise Claro
Há 50 anos, o mundo assistia ao nascimento de um dos movimentos mais expressivos da Igreja Católica, a Renovação Carismática (RCC). O início de tudo foi nos Estados Unidos, em um colégio, onde alguns jovens estavam reunidos para um retiro e experimentaram o chamado Batismo no Espírito Santo.
De lá pra cá, a experiência carismática espalhou-se mundo afora. Hoje, são inúmeros os testemunhos de quem, um dia, fez a mesma experiência e iniciou uma história junto ao movimento. Augusto Ferreira é um destes. Ele mora em Aparecida, interior de São Paulo, e começou sua caminhada na RCC em uma vigília de oração carismática, galgando passos cada vez mais altos.
“Após esta noite, comecei a frequentar Grupo de Oração (de Jovens). Dois anos depois, fui escolhido para coordenar os jovens da Diocese de Aparecida. Por quatro períodos, não sequenciais, fui coordenador Diocesano, por eleição, no bispado de Dom Aloísio e Dom Raymundo Damasceno”, conta Augusto, que atualmente é o gerente-geral do Escritório Nacional da RCC.
Para ele, todo este tempo participando do movimento foi um graça que Deus lhe concedeu, e cita os “maiores milagres” que presenciou: “pessoas aceitando Jesus como Senhor e, com isso, mudando de vida, deixando vícios de drogas, alcoolismo… Pessoas sendo batizadas no Espírito Santo. A RCC me trouxe para a Igreja e tem me mantido nela, pela força do Espírito Santo”, afirmou.
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40 anos na RCC
Regina Santos também celebra o Jubileu de Ouro da RCC, porém, com alguns anos a mais de motivos, já que está há quarenta anos participando da Renovação Carismática, também na cidade de Aparecida, São Paulo.
Para ela, a experiência com o Batismo no Espírito Santo foi determinante, visto que, a partir daí, escolheu servir ao Evangelho e à Igreja.
“Comecei a estudar os documentos da Igreja, ler literaturas cristãs, histórias dos santos da Igreja. Passei a ter uma vivência ativa dos Sacramentos, o despertar dos dons e carismas do Espírito Santo e, principalmente, um amor apaixonado por Jesus, uma sede de Deus, uma alegria, um desejo de Anunciar que Jesus Cristo está Vivo e Ressuscitado no meio de nós, que age em nós, nos cura e liberta e, principalmente, anunciar o grande Amor que Deus tem por todos os seus filhos e filhas”, testemunhou.
Regina classifica a RCC como “uma corrente de graça para Igreja”. “A Renovação nasceu na Igreja e para Igreja. Sua missão é Evangelizar a partir do Batismo no Espírito Santo, promover, hoje, a graça do Pentecostes”.
“Essa é nossa vocação e missão, e só seremos verdadeiramente felizes e realizados se cumprirmos nossa missão, nosso chamado. Podemos ter problemas, dificuldades, tribulações, tristezas, angústias na caminhada, mas a paz, a alegria, os frutos do Espírito Santo nos dará forças para vencer e superar todas elas”, completou.
Contagiada pela Efusão do Espírito Santo
Outra personagem dessa história de ouro é a Isa do Bom Despacho. A participante do Grupo de Oração “Simples como Maria”, na Diocese de Campo Grande, Mato Grosso, começou sua história na Renovação Carismática em 1986, por meio de uma reunião de oração que acontecia numa residência.
“Nesta reunião, pude experimentar a ação do Espírito Santo. Fui acalentada e curada de uma enfermidade. Contagiada e entusiasmada pela efusão do Espírito Santo, fui conhecer o Grupo de Oração ‘Maria de Nazaré'”, contou, destacando que continuou a frequentar o grupo e a aprofundar sua experiência com Deus.
“Sentia-me cada vez mais envolvida por uma intimidade com Deus Pai, com Jesus e com o Espírito Santo, sendo levada a perdoar as pessoas que me haviam prejudicado. O louvor fervoroso, antes não conhecido, me despertou a conhecer a Palavra de Deus, a amá-la profundamente e um grande desejo de divulgá-la a outras pessoas”, disse.
Comemorações
O marco das celebrações do Jubileu de Ouro da RCC é o Congresso Nacional do Movimento que começou nesta quarta-feira, 28, na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).
Ontem, a programação contou com pregações, como a do fundador da Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, e uma homenagem aos pioneiros do movimento no Brasil.
Hoje, as atividades continuam, com as presenças de padre Marcelo Rossi, Moyses Azevedo Maria Eugênia de Gôngora (Sheny), padre Diego Jaramillo e Dom Alberto Taveira.
Neste sábado, os eventos continuam no Santuário Nacional em Aparecida (SP), por ocasião das comemorações pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba do Sul.