Evangelização

Índios munduruku contam com ministros da Palavra em língua nativa

Projeto formou 24 ministros da Palavra pertencentes a comunidades indígenas munduruku

Thiago Coutinho
Da redação, com informações da CNBB

Os 24 índios munduruku que poderão pregar o Evangelho no projeto coordenado por Dom Wilmar / Foto: CNBB

O desafio de levar a Palavra de Deus aos confins do mundo é uma premissa empreendida pela Igreja desde seus primórdios e os povos indígenas têm atenção especial nesse trabalho. Alguns passos têm sido dados nesse sentido, como na prelazia de Itaituba (PA), que constituiu seus primeiros ministros da Palavra entre os índios munduruku. Em novembro passado, o bispo local, Dom Wilmar Santin, presidiu a Missa de envio desses novos ministros. 

O projeto teve início há três anos. Hoje, são 24 índios de origem munduruku, sendo 20 homens e 4 mulheres, que integram a Missão São Francisco do Rio Cururu, que fica no município de Jacareacanga (PA). Este grupo indígena agora pode pregar o Evangelho em sua língua nativa. A região conta atualmente com outros 14 mil índios munduruku que, aos poucos, passarão por este processo de evangelização.

“E este projeto continuará em 2018. Eu havia programado uma formação para ministros da eucaristia para tentar introduzir os Sacrários, pois nenhuma igreja, a não ser aquelas em que moram os padres, possuem Sacrários. Então, talvez seja melhor primeiro instituir ministros do batismo, pois os munduruku dão muita importância a este sacramento”, revelou Dom Wilmar Santin, que é um dos coordenadores do projeto.

A tradução do Evangelho para a língua materna indígena foi baseada no Novo Testamento por meio de uma especialista norte-americana que verteu os textos do Evangelho para a linguagem indígena. “Ainda há um trabalho com outros professores da língua munduruku para traduzir os textos do Evangelho de domingo, de modo que esta nova tradução, pelo menos dos textos litúrgicos, será muito boa”, afirmou Dom Wilmar.

Inculturação

Defender e preservar a cultura indígena é um fator que está sendo considerado neste processo realizado em Itaituba. O objetivo é levar todo o ensinamento cristão ao povo indígena e, ao mesmo tempo, manter os costumes, hábitos e toda cultura intrínseca aos índios. “Estamos bastante adiantados neste ponto. Inclusive, estamos estudando como incluir elementos da cultura dos índios nas celebrações e nos ritos sacramentais”, disse o bispo.

Dom Wilmar espera que dentro de cinco anos as igrejas possam ter diáconos permanentes. O objetivo deste projeto é que as celebrações não se tornem “minimissas”, como classificou. “Hoje em dia, as celebrações – e este não é só um problema dos índios – é que fazer uma celebração dominical se tornou uma ‘minimissa’: faz-se tudo, menos a consagração. Não é focada na Palavra. A celebração será focada, enquanto não houver Eucaristia, voltada à palavra de Deus e não uma ‘minimissa’ sem padre”, finalizou.

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