Bispos do Chile divulgam nota falando sobre a crise de credibilidade no governo, e também na Igreja Católica no país
Da redação, Rádio Vaticano
“É preocupante constatar a perda de confiança nas relações sociais e nas lideranças: na política, na empresa, na escola, nas universidades. A isto soma-se a perda de credibilidade nas instituições da República, e também em nós como Igreja Católica”. Foi o que afirmou o secretário-geral da Conferência Episcopal do Chile, dom Cristián Contreras Villarroel.
Em uma nota divulgada pela instituição nesta terça-feira, 5, sobre a crise de confiança que afeta o país, após escândalos de corrupção no governo.
“O que aconteceu para que o tecido social tenha sido rasgado e debilitado a confiança em nossa maneira de conviver como nação?”, questionam-se os bispos no início do documento.
Ao abordar sintomas de uma possível crise antropológica que assola o Chile, o documento afirma que “uma das causas da situação atual é a forte crise de representação que afeta as instituições no país, especialmente no plano político, mas não exclusivamente”.
Diante deste panorama, os bispos convidam à uma “profunda introspecção”, tanto em nível pessoal, como institucional, e pedem que os episódios de corrupção sejam esclarecidos.
“Em relação aos servidores públicos, sejam eles parlamentares ou não, é preciso que se saiba com clareza quem utilizou financiamento indevido, assumindo as consequências destes atos. Nós, chilenos, temos direito tanto à verdade como à justiça, mas também a oportunidades de perdão, que não é o mesmo que impunidade”, pontua a nota.
Os bispos terminam a nota afirmando que para superar a crise é necessário, antes de tudo, “mudar os aspectos de nossa institucionalidade que tornaram possíveis os abusos que hoje se condenam”.