Defesa da vida

Há um movimento empenhado em destruir o cristianismo, diz monsenhor

Problemas sociais, financeiros, familiares, ataques às crenças religiosas. Numa sociedade marcada por tantas dificuldades há estudiosos que dedicam seu tempo a desvendar a complexidade dessas situações e seu reflexo na sociedade. Neste sábado, 26, o jornalista e doutor em Teologia, monsenhor Juan Claudio Sanahuja, vai ministrar o curso “A ONU e a Reengenharia anticristã” na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, em São Paulo.

O monsenhor também é colaborador do Conselho Pontifício pela Vida e, em 2011, recebeu do Papa Bento XVI o título de Capelão de Sua Santidade. Em sua estadia no Brasil, o religioso esteve na Canção Nova nesta quinta-feira, 24, participando do programa “Escola da Fé”.

De acordo com o sacerdote, uma das grandes preocupações da Igreja hoje são os constantes ataques ao cristianismo, buscando esvaziar as pregações, as crenças religiosas e os dogmas da religião, em especial do catolicismo.

“Há um movimento empenhado em destruir o cristianismo. A Organização das Nações Unidas (ONU) fala claramente dessas religiões dogmáticas e principalmente da católica, dizendo que elas atentam contra a justiça, a paz, ao diálogo e ao desenvolvimento”.

Sobre o papel da ONU em questões como a defesa da vida, por exemplo, o monsenhor acredita que o órgão se converteu em uma organização que gera políticas antivida e antifamília. Ele ressaltou a necessidade de reinterpretar os textos dos Tratados Internacionais dos Direitos Humanos. “Sem que os tratados falem, por exemplo, de aborto, os comitês de seguimento dos tratados impõem aos Estados, como se fosse parte dos tratados políticas de aborto”, disse.

Em meio a tantos problemas, como os próprios ataques às religiões, a sociedade se questiona acerca de seus princípios éticos e até mesmo morais. Para monsenhor Sanahuja, a ONU não deve interferir na redefinição da ética, uma vez que esta tarefa não é sua missão e, se adotada pelo órgão, pode acabar sendo utilizada para outros fins.

“Qualquer tentativa de criar uma nova ética internacional da ONU ou de outras organizações internacionais é um abuso de poder, uma maneira para manipular as consciências dos cidadãos”, alertou.

Temas polêmicos

Sobre temas polêmicos, como a questão do aborto, eutanásia e homossexualismo, monsenhor Sanahuja acredita que não são questões para serem tratados em âmbito político. “São conceitos que não poderiam estar submetidos a consensos partidários, à política. Infelizmente tem católicos que negociam esses princípios”.

No caso específico da recente aprovação do aborto de anencéfalos no Brasil pelo Supremo Tribunal Federal, o sacerdote recorreu às palavras do Papa João Paulo II, hoje beato, para expressar o quão difícil é assumir um posicionamento de defesa da vida tendo em vista que a opção implica em abrir mão de algo. De acordo com ele, o beato enfatiza que essa é uma tarefa que pode levar as pessoas a terem que abandonar suas posições profissionais adquiridas e os projetos futuros relacionados à carreira, por exemplo.

Diante dessa realidade, o monsenhor acredita que uma das formas da sociedade poder atuar de forma mais incisiva nos debates sobre a defesa da vida é os pais se associarem e constituírem grupos de pressão, já que, como cidadãos, têm liberdade para isso. “Não é necessário que esperem a convocação, por exemplo, da Igreja, devem fazê-lo porque são cidadãos livres que defendem seus filhos e suas famílias”, enfatizou.


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