Dia das Mães

Grupos Maternos: Redes de apoio auxiliam na jornada com os filhos

Mulheres falam sobre pertença a grupos virtuais que ajudam no exercício da maternidade; especialista comenta período do puerpério

Denise Claro
Da redação

Tati Pacheco (à esq.) com a filha Bia, e outras participantes do grupo de mães, em um dos eventos do Projeto./ Foto: Leca Veras – Site oficial.

No próximo domingo, 13, será comemorado o Dia das Mães. A data surgiu nos EUA, em 1905. No Brasil, o primeiro “Dia das Mães” foi promovido em Porto Alegre, em 1918. No ano de 1932, o feriado foi oficializado pelo então presidente Getúlio Vargas. 

Esse dia é o momento de filhos dedicaram às suas mães homenagens, flores, presentes, desenhos, apresentações nas escolas… e elas merecem! Afinal, muitos são os desafios vividos pelas mães desde a gestação e os primeiros dias do bebê. 

A psicóloga infantil/perinatal Paloma Vilhena afirma que a visão da maternidade e o amor pelo bebê muitas vezes foram vistos de forma romantizada, como se fosse algo biológico, instintivo. Para ela, esse vínculo é construído, o que torna a tarefa exigente assim que o bebê chega.

Embora esteja vivendo um momento sublime e muito esperado, ao mesmo tempo feliz, a mãe precisa de cuidados:

“A maternidade é cansativa do ponto de vista físico e emocional. Antigamente, as mulheres da família eram a rede de apoio da nova mãe. Hoje em dia, os conhecimentos e realidades são outros, as redes de apoio são feitas muitas vezes por amigos e conhecidos, mesmo virtualmente. A internet favorece muito a busca de informações, ajudando as mães a se tornarem mais protagonistas de suas escolhas.”, diz a especialista.

Grupos de Apoio

Helena Prado e o filho Erick./ Foto: Arquivo Pessoal.

São muitas as mães que buscam nos grupos o apoio e a experiência de outras para saber como agir com seu filho.

Helena Prado é paulistana, mas morava em Dubai quando se engravidou do primeiro filho, Erick. A solidão, a distância dos parentes e amigos, um país de cultura diferente,  fizeram Helena buscar nas redes sociais o amparo que precisava: 

“Queria conversar com outras mães que estivessem passando pelo mesmo momento em que eu estava. Era importante, para mim, dividir as coisas que eu vivia. O grupo me ajudou muito nas várias fases que passei com meu filho. Passamos pela gravidez, os primeiros dias com o bebê, amamentação. Hoje, três anos depois, ainda falamos sobre o desfralde noturno, o início na escola, as emoções, a alimentação… somos apoio umas para as outras”. 

Tatiane Pacheco morava em Brasília quando sua filha Beatriz nasceu. Lá, teve apoio de um grupo materno. Quando voltou para sua cidade, Niterói (RJ), Beatriz tinha sete meses. Ela criou um grupo de mães, o Mães Amigas de Niterói, que hoje se chama Mães Unidas de Niterói e Região.

“Cheguei a Niterói e minhas amigas ainda falavam de sair, de comprar roupa e a minha preocupação era a promoção de fralda. Estava feliz porque minha filha tinha aprendido a bater palminha… os assuntos não estavam combinando muito e eu senti necessidade de conhecer mais mães, de falar de assuntos que só mãe entende. E a gente precisa sentir que não está sozinha ‘nessa’.” 

O grupo começou no Facebook, depois virou uma fanpage, partindo para o Instagram, site, até se tornar um grupo físico, com encontros regulares. Um projeto consolidado que dá apoio às mães com troca de informação, empreendedorismo, valorização materna:

“Acho que a grande importância do grupo é que hoje temos mais de 15 mil mães de todas as classes sociais que se comunicam, porque nós temos algo em comum que é querer o melhor para o nosso filho. Independente do que você considera o melhor ou eu considero o melhor, todas ali buscam isso. A maternidade nos iguala. Isso é muito rico porque participam donas de grandes empresas e pessoas carentes, e elas se ajudam. É imensurável a rede solidária que se formou. Eu mesma me surpreendo.”

Tatiane se sente realizada com o projeto, após todos esses anos: “Particularmente, o grupo me tirou de certa solidão materna. É impressionante como a gente é capaz de se ajudar quando se propõe a isso. A maternidade me transformou e me fez transformar positivamente o universo de muitas mães com o grupo, e isso é muito gratificante.”

Compartilhamento

A especialista Paloma Vilhena confirma que os grupos são muito importantes nessa ajuda:

“Os grupos de mães, virtuais ou presenciais, podem ajudar a desconstruir a imagem da maternidade de comercial de televisão, ser um espaço de reconhecimento das dificuldades que a maternidade traz e oferecer apoio mútuo.”

Ela lembra que sua única preocupação é a de se gerar comparações e cobranças, quando uma mãe não consegue seguir modelos de maternidade ideal. É importante escolher um grupo onde essa mulher se sinta respeitada e acolhida. 

“As experiências de outras podem ajudar se forem no sentido de mostrar que a mãe não está sozinha. Que é difícil, mas tem caminhos.”

 

 

 

 

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