Artigo Empreendedorismo

A falta de preparação de gestores para gerir bons profissionais

Especialista comenta que bons talentos alavancam desenvolvimento das empresas

André Prado*

Nas redes sociais existe uma frase de autoria atribuída ao executivo Warren Buffett, com o seguinte pensamento: “Contrate os melhores e deixe fazerem o que sabem, ou, contrate os mais baratos e irão fazer o que você mandar”.

O conteúdo descrito nesta ideia resume os dois tipos de profissionais predominantes nas empresas. Alguns empresários pensando na redução de custos, por vezes contratam profissionais baratos e tentam extrair o máximo possível deles.

Acontece, porém, que profissionais deste tipo não costumam ter competências e habilidades suficientes para desenvolver um bom trabalho. Por este motivo, é necessário aplicar continuamente força de tarefa para que desenvolvam suas atividades para a realização das ordens dadas.

Isto geralmente se torna cansativo com o passar do tempo, pois consome o gestor em ordenar e supervisionar enquanto são proteladas outras tarefas mais importantes dignas de atenção iminente.

Muita gente sabe que organizações vencedoras possuem quadros de talentos prontos a alavancar o desenvolvimento, inovar e desenvolver as atividades propostas. Desta forma, torna-se necessário selecionar o que há de melhor no mercado de trabalho.

No processo de seleção as empresas estão de olho na formação, habilidades e competências dos candidatos. É comum que mais de uma etapa de seleção seja realizada visando a filtrar e peneirar exaustivamente os futuros empregados.

Ao encontrar os melhores colaboradores pagar um bom salário é uma relação ganha-ganha, pois costumeiramente estes profissionais concedem um bom retorno para a empresa em vários sentidos.

Cabe lembrar que é apenas na execução das tarefas diárias que os melhores profissionais se destacam. Não adianta somente ter um currículo de primeira linha, pois todos observarão no dia a dia da empresa quais são os profissionais de melhor desempenho. Estes simplesmente são bons e isto é de fácil percepção.

Gestores despreparados

Acontece, no entanto, que a falta de preparação em gerir bons profissionais pode estar nos gestores. Isto é hilário, mas infelizmente isto é suscetível de ocorrer. Por incrível que pareça, existem chefes que gostam apenas dos funcionários que aceitam prontamente suas ordens, sem questionamentos ou discussão de novas propostas.

Geralmente este tipo de chefia costuma demonstrar insegurança, motivo pelo qual preferem os paus-mandados e os bajuladores do que aqueles que apontam novos rumos. Inclusive, existem alguns chefes que consideram ameaçadores os colaboradores que apresentam soluções diferenciadas, combatendo-os por acreditar que tomarão a sua posição na empresa.

Entretanto, esta não é a única causa pela qual alguns chefes possuem preferências por aqueles que aceitam ordens sem questionamentos. Pode ser que este tipo de gestor seja incompetente para desenvolver novas soluções ou tenha preferência por permanecer na zona de conforto. Em outras palavras, bons profissionais costumam dar trabalho para que suas aspirações sejam colocadas em prática.

Neste contexto, as corporações devem estar atentas e não confiarem cegamente nos gestores. É preciso observar se os líderes estão mais ocupados na realização de políticas do que em atuar no desenvolvimento. Caso isto não seja feito, os melhores que costumam fazer o que sabem procurarão outra empresa ou passarão a fazer apenas o que os chefes mandarem. A segunda hipótese costuma ser a pior por deixar a empresa obsoleta.

Existem inúmeras organizações que se queixam dos maus resultados. No entanto, não possuem a capacidade de enfrentar o corporativismo formado para proteger alguns colaboradores que preservam suas posições por fazer política e atender sem questionamentos aqueles que estão no poder.

Outras empresas acreditam que contratam líderes para não terem problemas, entretanto, esquecem de verificar de que forma estes atuam junto aos colaboradores. É preciso avaliar periodicamente todo o conjunto de profissionais do mais alto ao menor nível hierárquico para evitar que certos trabalhadores, inclusive gestores, sejam o maior problema para a organização.

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