Perfil de colaboradores pode ser definido entre os que regridem, que empatam ou que evoluem
André Prado*
Há quem afirme que não existe ninguém totalmente bom ou ruim, mas percebe-se que existem os que predominantemente permanecem em suas vidas mais de um lado ou outro. Inclusive talvez existam aqueles que, na média de suas ações em suas jornadas, consigam até empatar. Seguindo por essa ótica pode-se presumir que existem seres humanos que regridem, empatam ou evoluem durante suas vidas. Se esta teoria for aplicada por analogia nas empresas, também pode-se distinguir colaboradores dentro destes perfis.
É possível que alguém mude de perfil durante a vida ou carreira. Mas se considerar o atual momento de vida profissional, em qual tipo dos três perfis predominantemente você se enquadra como colaborador?
Colaboradores que regridem
Lamentavelmente existem colaboradores que lesam as empresas, ou seja, prejudicam as organizações de uma forma ou de outra. Tais colaboradores podem roubar, desviar recursos para o enriquecimento ilícito ou prejudicar a companhia de alguma forma ou de outra. Existem alguns que podem até não desviar recursos significativos, mas independente disto, qualquer desvio, por menor que seja, não algo idôneo.
Porém, esta não é a única forma de gerar prejuízos para uma empresa. Maus líderes, por exemplo, podem gerar evasão de talentos com a prática de assédio moral, má gestão ou comandar com arrogância. Podem fazer com que as corporações percam clientes, realizem péssimos negócios, percam bons fornecedores, e, dependendo de alguma prática antiética, ainda consigam afetar a imagem da organização perante o público.
Alguns colaboradores deste tipo podem falar mal da empresa, falando bem apenas quando as lideranças de hierarquia elevada encontrarem-se presentes com o intuito de bajulá-los para mantê-los em seus cargos. Às vezes, falam mal do local onde trabalham para os mais próximos como tentativa de justificar os atos errôneos que cometem. Fazem muitas reclamações e colocam defeito em quase tudo, principalmente na ausência daqueles que tomariam uma atitude contra isto.
É preciso tomar cuidado com estes colaboradores, pois costumam agir como camaleões conseguindo disfarçar muito bem. São adeptos da prática da politicagem e do puxa-saquismo puramente interesseiro. Denunciam ou criam problemas aos que não gostam aparentando estar defendendo os interesses da empresa, mas tudo o que querem é eliminar possíveis ameaças ao cargo que ocupam ou atender interesses próprios. Este tipo de colaborador pode até permanecer um tempo ludibriando pessoas, mas quando suas ações e intenções são reveladas, a demissão é inevitável.
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Colaboradores que empatam
Geralmente são colaboradores que encontram-se estabelecidos na zona de conforto. Não são adeptos de mudanças ou inovações, pois estas trazem um imenso trabalho na maior parte das situações.
Tais colaboradores não costumam falar nem bem e nem mal da empresa na execução de suas atividades. São expectadores complacentes na maior parte das vezes. Na maioria das ocasiões, este tipo só trabalha com força de tarefa exercida pelo líder. Em outras palavras, somente realizam algo quando solicitados e não tomam a iniciativa para realizar algo para o bem estar da equipe ou da empresa.
Costumam ser indiferentes a maior parte da ações tomadas na empresa, pois para eles tanto faz. São fãs de reuniões improdutivas que muitas vezes duram intermináveis horas e preferem isto a estar cuidando dos interesses da empresa. Gostam de gastar tempo participando de aplicativos de bate-papo com grupos de assuntos externos, mas, quando alguém lhes pede para entregar algo combinado, alegam estar ocupados demais e não terem tempo.
Estão mais interessados em suas vidas particulares e no salário a receber no final de cada mês. Não se constituem uma boa aquisição para as organizações, entretanto, sabe-se da existência de muitos destes dentro da empresa que passam suas vidas sem a ambição de galgar cargos, ocupar funções diferentes ou realizar atividades trabalhosas. De toda forma, querem sempre ganhar o máximo possível trabalhando o mínimo possível.
Em algumas circunstâncias quando a empresa apresenta propostas e percebe que não se moverão devido a falta de mobilidade contínua e ausência da busca de progresso profissional, são dispensados porque tornaram-se ineficientes e incapazes de executá-las.
Comumente, assim como reclamavam quando alguém lhes atribuía atividades que lhes tiravam da zona de conforto enquanto empregados, também reclamarão por estarem desempregados tentando atribuir a culpa de seu infortúnio à empresa ou especificamente a alguém.
Colaboradores que evoluem
Estes são os mais conscientes dos seus pontos fracos e competências. Sabem que a empresa tem problemas e buscam soluções para as mesmas. Envolvem-se nos problemas organizacionais e procuram resolver internamente todas a dificuldades sem manifestar algo que afete a imagem da organização externamente.
São dedicados, aplicados e costumam falar bem de suas organizações não com o intuito de fazer média com seus superiores, mas para todos aqueles que querem ouvir e saber suas opiniões. São orgulhosos de sua corporação e falam bem das pessoas que a compõe, procurando destacar pontos positivos dos talentos que a mesma possui.
Correspondem às mudanças propostas pela empresa e não criam bloqueios para que outros evoluam. São incentivadores e não ficam criando desestímulos para que outros atinjam as metas definidas.
Tais colaboradores possuem uma motivação interna capaz de inspirar e produzir mudanças.
São adeptos da inovação e detestam a zona de conforto. Ajudam aos outros colaboradores a acertarem e não a errarem. Querem que as boas e novas ideias funcionem e não tiram conclusões negativas de pessoas ou fatos que não conhecem bem.
Quando alguém de sua equipe faz algo bom, orgulha-se e sabe demonstrar apreço pelas conquistas obtidas. Em geral, conseguem manter uma atitude positiva mesmo nos momentos mais problemáticos.
São corajosos e empreendedores nas decisões que possuem autonomia. São entusiastas que não se desanimam por qualquer empecilho e concedem aos outros aquilo que desejam para si mesmos, como: respeito, reconhecimento, compaixão, entre outros bons atributos.
Gostam de desafios e cuidam do bem-estar de sua organização como um todo, procurando deixar contribuições construtivas de melhorias até para os setores que não estão ligados diretamente. Caso não se enquadre neste tipo de perfil de colaborador capaz de progredir, nunca é tarde para procurar evoluir.
*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D’Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br