Pessoas que se apresentam pelo cargo, antes do nome, demonstram vaidade, insegurança e baixa autoestima, alerta Mestre em Educação
André Prado*
O Ego e a Vaidade
Não é incomum no mundo corporativo encontrarmos indivíduos que se apresentem como: Diretor Beltrano, Coronel Sicrano ou Doutor Fulano de Tal. É lamentável que alguém apresente o cargo antes do próprio nome, pois antes de qualquer título existe uma pessoa. Quem assim age pode estar se escondendo por insegurança ou baixa autoestima. Entretanto, alguns fazem questão de ressaltar o cargo em primeiro lugar por pura vaidade, que, aliás, é um dos principais percalços para o bom andamento das atividades organizacionais.
É lamentável que muitos valorizem mais o status de um cargo dentro de uma empresa. É muito mais humilde apresentar-se como pessoa, comentando sobre as atribuições que possui somente em apresentações que exijam esse tipo de identificação. Apresentar o cargo antes das funções pode estabelecer inclusive uma barreira na comunicação, distanciando pessoas ao invés de aproximá-las.
Lastimavelmente, alguns procedem desta forma por não ter um conteúdo melhor para mostrar e continuam assim se apresentando por saberem que existem pessoas tão vaidosas quanto elas que costumam valorizar o posicionamento ocupado na carreira acima de tudo.
Se o cargo que alguém ocupa mostra-se mais importante do que as qualidades do ocupante, provavelmente trata-se de uma pessoa que não vale a pena conhecer por não ter muito a acrescentar. Esta situação parece retroagir à época dos Reis, Condes e Barões, onde o título de nobreza valia alguma coisa. Difícil torna-se quando o poder sobe à cabeça do ocupante de um determinado cargo, aí a situação pode ficar bem pior.
É triste saber que no mundo atual ainda é possível encontrar pessoas que indagam aos outros: sabe com quem você está falando? É detestável perceber que ainda há muita gente narcisista, achando-se o máximo e acreditando serem os donos da verdade, que, diga-se de passagem, são indivíduos capazes de distorcer a própria realidade.
Cabe frisar que possuir autoestima em equilíbrio é algo bom, mas o excesso desta pode se tornar arrogância. Existe um antigo ditado cuja autoria é atribuída a mais de um pensador que reza: se quiser conhecer o verdadeiro caráter de uma pessoa, dê o poder a ela. Alguns podem até extrapolar em suas ações quando recebem um cargo melhor, tratando sua equipe e subordinados de forma muito diferente.
É claro que ocupar um cargo mais importante cria algumas mudanças, pois o profissional passa a ter novas responsabilidades e tem de se adequar às novas atribuições. No entanto, existem aqueles que excedem, começando a adotar uma conduta agressiva em demasia, passando até mesmo a gritar com os colaboradores.
Caso conheça alguém assim, saiba que é digna de dó ao invés de raiva. São pessoas cujos problemas estão nelas e não em quem tem de suportá-las em seus surtos. Nas melhores corporações para se trabalhar, está ultrapassada a necessidade da existência de chefes que ficam atrás das mesas gritando e apenas dando ordens. Qualquer pessoa que tenha de ficar gritando para conseguir algo, não é digna de atenção ou merecimentos.
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A liderança de excelência
Em contrapartida, o verdadeiro líder atua buscando conquistar o respeito de seus liderados ao invés de afastá-los com gritos ou arrogância, procurando envolver-se nas tarefas, servindo e auxiliando para que as atividades da organização fluam da melhor maneira.
Um bom líder influencia pelo bom exemplo, motivando e inspirando pessoas a darem o que possuem de melhor, comprometendo-se com as atividades laborais. Preocupa-se também com os problemas que envolvem os membros de sua equipe, procurando ajudá-los sempre que necessário, sabendo que é preciso estar sempre com os pés no chão para alcançar os objetivos e metas organizacionais unido aos colaboradores.
A Bíblia, um dos livros mais vendidos e lidos da humanidade, traz consigo o exemplo de um líder que continua inspirando e já inspirou muitos indivíduos com o passar dos séculos. Alguns dos Best Sellers mais lidos por profissionais de empresas foram baseados na postura deste líder servidor conhecido como Cristo.
Para quem lê as Escrituras Sagradas, percebe-se a existência de um dos maiores e melhores exemplos de liderança, pois se trata da personificação de um líder humilde, isento de vaidades, capaz de servir aos seus discípulos e principalmente a humanidade. Sim, cumpriu um propósito nobre e altruísta.
É lastimável que, mesmo com o passar do tempo, parte das pessoas não compreenda este modelo de liderança aplicado para executar em seu dia a dia da vida pessoal ou carreira profissional.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br