Inspirado por Chiara Lubich, Economia de Comunhão propõe uma cultura econômica baseada na comunhão de recursos pela redução da pobreza
Da Redação, com Movimento dos Focolares
Neste sábado, 29, o movimento por uma nova economia – Economia de Comunhão (EdC) – completa 30 anos. Por ocasião da data, terá início um evento internacional on-line que seguirá pelos próximos meses no Brasil. Serão eventos locais, webinários, transmissões ao vivo, podcasts, vídeos e ações nas redes sociais.
O evento internacional no dia 29 será transmitido diretamente da Itália com traduções em oito línguas, inclusive o português. Além de recordar a origem do movimento, irá instigar, especialmente junto à juventude, uma reflexão sobre o futuro da EdC.
No Brasil, as comemorações poderão ser acompanhadas pelas redes sociais do movimento e em eventos locais e nacionais. Todos eles também de forma virtual por causa da pandemia.
“É um momento especial para celebrar a EdC e todo o impacto que promovemos nas últimas três décadas, mas, acima de tudo, ampliar a visibilidade da nossa causa para toda a sociedade e para todo o ecossistema de negócios de impacto no Brasil”. Quem afirma é a presidente da Associação Nacional por uma Economia de Comunhão, Maria Helena Faller.
EdC no Brasil
Nascida no início dos anos 90, no Brasil, a EdC foi um dos primeiros movimentos de base econômica e cultural a propor ao mundo corporativo uma atuação orientada ao impacto social. A proposta é a rentabilidade financeira ao mesmo tempo em que objetiva a resolução de um problema social ou ambiental.
“No caso da EdC, trabalhamos por um mundo mais justo, regenerativo e fraterno a partir de empresas e pessoas comprometidas com a comunhão de recursos e propósitos voltados a reduzir a pobreza e em promover essa cultura dentro e fora das suas organizações”, explica Faller.
Trinta anos depois, a EdC conta com cerca de 970 empresas formalmente inseridas no movimento Economia de Comunhão. E apenas nos últimos 5 anos, a EdC no Brasil envolveu cerca de 200 empresas em sua proposta.
Além disso, nos últimos 10 anos, o movimento gerenciou cerca de R$ 42 milhões (com cotação média do euro a R$ 4,00). Esses valores foram compartilhados com pessoas, famílias e comunidades inteiras em situação de vulnerabilidade nos mais diversos países.
Segundo Faller, as empresas EdC buscarm gerar impacto social positivo não apenas com projetos sociais, mas implementando uma nova cultura nas organizações. Essa nova cultura reflete uma cultura de vida e se baseia na concepção de economia como espaço de crescimento integral. “Uma cultura preconizada pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Sí e pela Economia de Francisco e todo ecossistema de impacto do Brasil”, completa Faller.
Aqui no Brasil, a rede da EdC se espalha por pelo menos 18 estados da federação e mantém iniciativas que conectam vulnerabilidades sociais a oportunidades.
Origem da EdC
A Economia de Comunhão nasceu da inspiração fundadora do Movimento dos Focolares, a italiana Chiara Lubich. Em 1991, ela não tinha conhecimento a respeito dos negócios de impacto. A “ideia” foi especialmente motivada pela profunda desigualdade social que viu em favelas de São Paulo, ao visitar o Brasil.
Propôs, então, aos empresários do Brasil e do mundo que trabalhassem com o objetivo de reduzir a pobreza. Foi uma inspiração sensível ao contexto socioeconômico, e não propriamente o lançamento de uma nova teoria.
Hoje, trinta anos depois, a Economia de Comunhão é um movimento cultural e econômico de atuação prática e acadêmica. Também é integrante do ecossistema de negócios de impacto.
“Embora tenha nascido no contexto cristão e seja baseado em seus valores é um movimento econômico e cultural aberto a todos e todas que desejam se comprometer com a nova economia, independentemente de convicções religiosas”, destaca Faller.
Em 2020, a EdC mobilizou o evento “Economia de Francisco”, convocado pelo Papa Francisco. Foi um convite a uma economia mais justa, inclusiva e regenerativa em todo o mundo.