Com obras de Oskar Metsavaht, a exposição retrata o olhar artístico do autor sobre o Cristo Redentor, monumento nacional
Da redação, com Arquidiocese do Rio
A exposição “Divina Geometria”, no Museu Histórico da Cidade, recebeu na tarde dessa sexta-feira, 26, a visita do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e do Ministro da Cultura, Marcelo Calero, além do representante geral da UNESCO no Brasil, Lucien Muñoz.
Segundo o arcebispo do Rio de Janeiro, é uma satisfação a Igreja Católica poder fazer parte da história, contribuindo para a exposição. “A cidade do Rio de Janeiro, que leva também o nome do mártir e padroeiro, São Sebastião, carrega consigo essa união com a Igreja, desde sua fundação. O monumento ao Cristo Redentor é também outro sinal dessa grande graça para o Rio, o Brasil e o mundo”, disse o Cardeal Orani João Tempesta.
A mostra, assinada por Oskar Metsavaht, foi inaugurada no dia 16 de julho, no museu localizado no interior do Parque da Cidade, na Gávea. O trabalho imprime através de fotos, pinturas e videoinstalações o olhar artístico sobre o Cristo Redentor.
A exposição, resultado de uma pesquisa artística, arquitetônica e conceitual sobre o monumento, surgiu a partir de um convite da Arquidiocese do Rio de Janeiro, cooperação da representação brasileira da UNESCO e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. O símbolo nacional ganha a leitura contemporânea de Oskar, que já interpretou em outras mostras ícones como o calçadão de Ipanema, a tribo indígena Ashaninka e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim.
“Tive total liberdade de criação para compor cada obra, o que me permitiu percorrer caminhos diversos, inspirado em sua arquitetura, sua pioneira construção e em sua simbologia espiritual e religiosa. A estátua, um dos primeiros monumentos de concreto armado realizados com esta técnica, definiu parte de nossa arquitetura modernista nas décadas seguintes. Também pesquisei a interpretação da imagem do Cristo pelos artistas góticos e renascentistas”, resume Oskar.
A exposição também revela curiosidades desconhecidas do grande público, como o fato de a construção do Cristo Redentor ter sido um projeto precursor do crowdfunding. Em 1921, a Igreja conclamou paróquias, devotos e cariocas das mais variadas classes para fazerem doações e, assim, arrecadou a verba necessária para colocar de pé o grandioso projeto.
De acordo com o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar Raposo, a mostra une espiritualidade e cultura: “Essa exposição quer evidenciar os valores espirituais intrínsecos em nosso símbolo maior, o monumento Cristo Redentor”, destaca Padre Omar.