Padre Anderson Marçal comenta o dia de São José Operário e o dia do trabalho
Denise Claro
Da redação
Nesta sexta-feira, dia 1º, são comemorados, em todo o mundo, o Dia do Trabalho e o Dia de São José Operário.
Em 1955, Papa Pio XII instituiu a festa para dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão à “festa do trabalho”, que já existia:
“Para que todos entendam este significado, (…) queremos anunciar a nossa determinação de instituir – como de fato instituímos – a festa litúrgica de São José operário, marcando-a no dia 1º de maio. Trabalhadores e trabalhadoras, agrada-vos o nosso dom? Temos certeza que sim, porque o humilde artesão de Nazaré não só personifica junto a Deus e a Santa Igreja a dignidade do trabalhador, mas é também sempre providente guardião vosso e de vossas famílias” (Festa de S. José Operário – 1º de maio de 1955).
A figura de São José, humilde carpinteiro, trabalhador e pai adotivo de Jesus, diz muito aos cristãos sobre o sentido do trabalho. Padre Anderson Marçal afirma que, a data em questão serve para que os homens possam dar o devido valor ao trabalho:
“Jesus mesmo era reconhecido como ‘o filho do carpinteiro’, e muitos relatos apócrifos também dizem que Jesus cuidou da carpintaria de São José depois da morte de seu pai. O trabalho é tido como algo que enobrece o homem. O Dia do Trabalho ganha em Jesus esse sentido – Jesus trabalhou, Jesus usou das Suas próprias mãos para ter o sustento da Sua vida, então, o que era tido como castigo e maldição, toma um novo sentido. Jesus torna nobre o trabalho humano.”
O sacerdote lembra que também na Oração Eucarística está presente o tema.
“Na hora do ofertório da Santa Missa, a oração da bênção do pão e do vinho, falamos ‘Bendito sejais, Senhor Deus do Universo, pelo pão que nos destes, fruto da terra e do trabalho humano’, e quando falamos do vinho, ‘fruto da videira e do trabalho humano’, ou seja, o trabalho do homem que, em Jesus, se torna nobre. Nossa dignidade aumenta quando trabalhamos de forma honesta para termos o fruto do nosso trabalho como sustento da nossa vida, como São José teve.”
Trabalho em meio à pandemia
Em tempos de pandemia, Padre Anderson ressalta que, o mais importante é dar o valor correto ao trabalho.
“Temos visto, no Brasil e em muitos lugares, uma certa pressão entre saúde e economia. As duas caminham juntas, mas precisamos ter, hoje, muita consciência de qual é a prioridade. O trabalho deve ser feito de uma forma que dignifique e torne nobre toda a humanidade, não apenas uma fonte de renda, de lucro ou somente a satisfação de alguns interesses. Seja qual for o trabalho, todos devem trabalhar para o bem comum, para que o bem comum aconteça. Aqueles que podem trabalhar em casa; aqueles que podem ficar em casa, sem trabalhar; aqueles que não tem como deixar de trabalhar …. que cada um encare seu papel como uma forma de bem comum, para que a humanidade saia vitoriosa diante dessa pandemia.”