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Dia do Consumidor

Com pandemia, economista comenta mudanças nos hábitos de consumo

Aumento das compras on-line e das reclamações são fatores importantes; economista sugere cuidados no orçamento familiar

Julia Beck
Da redação

Houve um aumento de mais de 40% nas compras on-line, de acordo com relatório da Ebit/Nielsen /Foto: rupixen.com via Unsplash

O Dia Mundial do Consumidor, celebrado nesta segunda-feira, 15, foi criado para proteger e lembrar os direitos do consumidor. A data também incita a reflexão sobre as mudanças nos hábitos de consumo.  

Um ano depois do início da pandemia, o economista Humberto Felipe da Silva avalia o cenário de consumo no Brasil. Mestre e doutor em História Econômica, ele destaca que variações são perceptíveis, aumento das compras on-line e também das reclamações são fatores importantes.

Mudança nos hábitos

Segundo uma pesquisa realizada pela FecomercioSP, sete em cada dez pessoas mudaram hábitos de consumo. É o caso do estudante de Arquitetura e Urbanismo, Paulo Vitor Leite Azevedo, de 19 anos.

O jovem, que se declara consumista, conta que o distanciamento e a ausência de eventos sociais fizeram com que ele diminuísse o consumo no setor de vestuário. Atualmente, o estudante conta que seu maior gasto é com alimentação e cursos on-line.

A FecomercioSP constatou que os setores mais impactados pela pandemia foram de roupas e calçados (42% dos entrevistados reduziram o consumo destes itens), viagens a turismo (30%) e atividades físicas (27%).

Humberto citou o home office como um fator de enfraquecimento das compras no setor de roupas. “Os trabalhadores desta modalidade passaram a adotar roupas mais casuais, mais confortáveis.”

No entanto, o economista afirma que, dentro do setor, não há só perdas, mas também ganhos. “Se mercado de calçados mais finos e roupas mais formais reduziu, o de sandálias básicas e roupas mais despojadas e confortáveis aumentou. Os fabricantes que perceberam isso se ajustaram ao novo padrão de consumo; os que não perceberam estão perdendo dinheiro.”

Gastos maiores com alimentação

A pedagoga Tainá Maduro da Silva, assim como Paulo, também relata que aumentou seus gastos com alimentação. Ela acredita que o momento de tensão mundial tenha contribuído para isso.

A estudante de administração, Alana Stephanie dos Santos, de 20 anos, comenta que sua quarentena foi baseada em consumir de alguma maneira. Para ela, um dos fatos que aumentou seu consumo foi a ansiedade. “Ela evoluiu extremamente.”

O engenheiro civil, de 52 anos, Carlos Carvalho confidenciou que agora raramente vai a restaurantes. “O que mais interferiu no meu hábito de consumo foi o lockdown. Apertei os cintos no consumo de comida fora de casa.”

Humberto destaca que, assim como Carlos, outros brasileiros passaram a pedir comida por delivery ou cozinhar a própria comida. Uma pesquisa da EY-Parthenon aponta que 70% das pessoas se enquadram na situação anterior. “Isto significa menos comidas em restaurantes”, complementa.

Menos viagens e mais investimento familiar

“Atividades como viagens que demandam deslocamento são recursos que foram poupados e que podem ser investidos pelas famílias”. É o que observa o economista.

Humberto sugere às famílias que preparem seus orçamentos familiares, colocando os recursos disponíveis (salários) em uma coluna, e a despesas em outra. Depois, devem avaliar qual é o total dos valores que recebe e confrontar com os itens de despesas, onde está gastando o dinheiro.

“Por fim, avaliar quais são as despesas considerando quais são obrigatórias, aquelas que são essenciais e quais podem ser cortadas”, destaca.

Compras on-line

As compras on-line cresceram 47% no Brasil, de acordo com relatório da Ebit/Nielsen de agosto de 2020. Segundo a pesquisa, essa é a maior alta em 20 anos.

Paulo, Tainá, Alana e Carlos, além das mudanças no consumo, reconhecem o aumento nas compras on-line. Já a publicitária Magda Apolinário Nascimento, de 30 anos, destaca que continua fazendo as compras com muita pesquisa, analisando prioridades.

Para Magda, a praticidade e segurança da compra on-line foram fatores determinantes na escolha desse modo de consumo.

Pandemia: gatilho acelerador da história

Humberto Felipe sublinha que a pandemia é um “gatilho acelerador da história”. Ele revela que existem fenômenos que ocorrem na sociedade, devido à natureza ou a outros fatores, que aceleram o curso dos acontecimentos.

“Com toda a certeza posso afirmar que os hábitos de consumo dos consumidores mudaram definitivamente” – Humberto Felipe da Silva, economista

“Fazem com que coisas que demorariam muito tempo para acontecer, ocorrem em pouco tempo. A Pandemia é um exemplo”, frisa. O economista explica que o aumento atual no volume de vendas pela internet, que era esperado para daqui cinco anos, ocorreu antes do esperado. “Principalmente por parte das pessoas mais velhas”.

“As pessoas descobriram que é mais prático, barato e seguro comprar muitos itens pela internet do que pessoalmente”, comenta. Humberto afirma que alguns empresários fazem relatos de estarem vendendo muito mais agora do que antes.

Aumento das reclamações

Em janeiro deste ano, a Fundação de Proteção e defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon) alertou para o crescimento das reclamações sobre compras on-line. As reclamações aumentaram em 285%.

Segundo o organismo, o atraso ou não entrega dos produtos são as principais queixas dos consumidores. Em 2020, 301.672 reclamações foram feitas nos canais de atendimento do Procon.

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“É fato, aumentaram muito as reclamações dos consumidores. Acredito que ninguém estava preparado para esta situação que estamos vivendo”, afirma Humberto.

O economista, frisa que a pandemia é uma situação inusitada para todos, portanto, para as empresas também. “Algumas empresas foram mais ágeis em responder às mudanças que ocorrem no mercado. Outras foram mais lentas e outras ainda não conseguiram se adequar”.

“Como são muitas as empresas que não conseguiram se adequar às exigências do mercado, elas não conseguem realizar um atendimento eficaz, causando problemas para o consumidor”, comenta Humberto.

Dicas do Procon

Antes de comprar, o Procon destaca que o consumidor deve estar atendo à forma como procura o fornecedor. Ele não deve responder mensagens de publicidade ou acessar os links enviados em sites e redes sociais. 

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Outra dica do organismo, é sobre a importância de consultar no site do Procon a lista de sites não recomendados e procurar por indicações da empresa. As reclamações podem ser feitas no site e no aplicativo (Procon.SP). Denúncias também podem ser encaminhadas pelas redes sociais do Procon-SP.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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