Programa Missionário Nacional é, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, uma pequena semente que aponta para uma maior comunhão
Da redação, com CNBB
Em sintonia com as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o Programa Missionário Nacional, resultado do processo de reflexão iniciado pela equipe executiva do Conselho Missionário Nacional (COMINA), em agosto de 2017, e assumido pela Igreja do Brasil durante a Assembleia Geral dos Bispos, em maio de 2019.
O bispo de Chapecó (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária da CNBB, Dom Odelir José Magri, destaca que no Brasil, há uma pluralidade de iniciativas missionárias, com maior ou menor organização metodológica, que têm lançado raízes em muitos lugares. Mas também há um anseio de se ter um trabalho missionário com fios condutores comuns, a fim de se crescer na comunhão missionária. As atuais Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil acolhem a missão como eixo fundamental que deve perpassar toda a ação eclesial e ser seu horizonte.
O Programa Missionário Nacional quer ser uma ponte de integração, com o objetivo de contribuir para que a missão seja, de fato, parte integrante da vida do cristão católico e dos organismos eclesiais. Segundo Dom Odelir, a missão não pode ser concebida como algo restrito a algumas pessoas ou grupos “especializados”, mesmo que sejam muito capacitados e experientes e cultivem carismas específicos. O Programa Missionário Nacional é uma pequena semente que aponta para uma maior comunhão.
Processo de elaboração do Programa
No processo de construção do PMN, foram consultados os coordenadores dos Conselhos Missionários Regionais (COMIREs) presentes no 4º Congresso Missionário Nacional, em Recife (PE), em setembro de 2017, para expor a proposta, escutar sugestões e definir os passos seguintes. Todos aprovaram seu encaminhamento à assembleia do Conselho Missionário Nacional (COMINA) de 2018, a qual estudou e manifestou parecer favorável, além de definir o caminho metodológico.
Durante o ano de 2018, foram realizadas as assembleias dos COMIREs nos 18 Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acompanhadas por um dos membros da comissão executiva do COMINA. Partiu-se do levantamento e da reflexão sobre os desafios em relação à missão, para identificar sugestões de prioridades a serem consideradas em âmbito nacional e regional em vista do fortalecimento do dinamismo missionário. Essa etapa destacou alguns olhares sobre a missão: conjuntura, caminhos e possibilidades e os contextos que nos interpelam na abordagem.
Outra importante contribuição foi considerar os fundamentos antropológicos, bíblicos, eclesiológicos e teológicos que, provenientes do encontro com Jesus Cristo, alimentam, motivam e sustentam o ser e viver missionários. Esses fundamentos ofereceram bases para a compreensão da missão e ajudaram a colocar, em prática, as prioridades e projetos aprovados pela assembleia do Conselho Missionário Nacional (COMINA), em abril 2019, e que fazem parte deste programa.
Por fim, a proposta do PMN foi apresentada na 57ª Assembleia Geral da CNBB e dedicou-se também uma sessão de trabalho em grupos para leitura e eventuais observações e sugestões ao Programa. Mas o ponto culminante de todo esse processo foi o fato de os Bispos terem assumido e contemplado o PMN nas atuais Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: “Acolher e concretizar as prioridades e projetos do Programa Missionário Nacional: formação, animação missionária, missão ad gentes e compromisso social e profético” (DGAE 2019-2023, n. 200).