Palavra da Igreja

CNBB apoia movimento contra corrupção e fala sobre JMJ 2013

A Jornada Mundial da Juventude 2013 e o combate à corrupção foram os principais temas abordados pelo secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, em coletiva de imprensa que encerrou a reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) na tarde desta quinta-feira, 22, na sede nacional da Conferência, em Brasília.

Além disso, solicitado pelos jornalistas, Ddom Leonardo comentou sobre Reforma Política, a Comissão Nacional para a Verdade, o Código Florestal e a Emenda Constitucional 29.

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.: Nota da CNBB sobre a JMJ 2013

.: Nota da CNBB: Vencer a corrupção com mobilização social

Dom Leonardo destacou a iniciativa que a CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) tiveram ao apoiar a Marcha contra a Corrupção, realizada nas comemorações de Independência, no dia 7 de setembro. O tema também foi amplamente discutido no Consep, inclusive com a aprovação de uma nova nota de solidariedade e apoio às manifestações contra a corrupção.

“Não estamos preocupados apenas com a corrupção, mas com a impunidade. Essa é uma preocupação não só dos bispos, mas da OAB, que tem feito manifestações bastante duras, da ABI e dos movimentos de rua. Nós temos sentido que existe uma preocupação bastante grande da sociedade com relação a essa temática”.

Sobre o Projeto de Lei 7376/10 do Poder Executivo, que cria a Comissão Nacional para a Verdade, aprovado nesta quarta-feira pelo plenário da Câmara dos Deputados, Dom Leonardo reconheceu a importância da Comissão para salvar o passado da nação brasileira. Trazer a verdade é a possibilidade de salvar nosso passado. É olhar com tranquilidade para o nosso passado e projetar o nosso futuro. Nós não podemos ignorar o nosso passado”.

Sugeriu ainda como a Comissão deveria atuar para obter prestígio da sociedade brasileira. “Esse projeto deveria dar indicações, critérios para a presidente nomear essa Comissão. Não critérios para excluir, mas para que seja de peso, que seja respeitada pela sociedade”. Ao ser questionado se a CNBB estaria disposta a integrar a Comissão, Dom Leonardo afirmou: “se a CNBB for chamada, como instituição, ela não se negará,  pelo bem do Brasil”.

JMJ 2013

“Muito positiva”. Foi assim que Dom Leonardo avaliou a chegada dos símbolos da Jornada Mundial a Juventude, no último dia 18 de setembro, no Campo de Marte, em São Paulo, durante o Bote Fé. Ele destacou que a presença da juventude no primeiro ato em preparação à JMJ 2013 superou as expectativas da CNBB.

“Não esperávamos uma participação tão grande da nossa juventude, que não teve espaço suficiente para estar no Campo de Marte. Foi um momento de muita vibração no acolhimento dos símbolos que o Papa nos enviou para a grande peregrinação que nós queremos desenvolver até 2013”.

Dom Leonardo indicou que uma das grandes preocupações para a Jornada no Brasil é a questão da mobilidade e infraestrutura aérea, já que são esperadas mais de 2,5 milhões de pessoas para o evento. O secretário-geral ressaltou que é preciso tomar Madri como exemplo: a cidade não esperava uma afluência tão grande de peregrinos e quase entrou "em colapso" em termos de rede de transportes.

O apoio das três esferas de governo e iniciativas como o menu peregrino – restaurantes que se credenciam para aceitar ticket's disponibilizados pela organização da JMJ aos participantes – foram sugeridos pelo prelado. Ele também anunciou que está sendo montado um comitê com representantes da CNBB, Arquidiocese do Rio de Janeiro e governos do Rio e Federal, com o objetivo de de delegar responsabilidades para cada um. Até agora, o certo é que a Arquidiocese carioca será responsável por providenciar a infraestrutura de hospedagem para os jovens vindos de todos os cantos do mundo.

Reforma Política e Emenda 29

Na avaliação do secretário-geral da CNBB, a Reforma Política caminha a passos lentos. “A pergunta que eu me faço, como cidadão, é se o Congresso Nacional é legítimo para fazer essa Reforma ou se deveríamos ter uma constituinte para fazê-la de maneira necessária”.

Dom Leonardo defendeu uma Reforma Política mais ampla que a discutida hoje no Congresso, muito focada apenas em questões atreladas ao processo eleitoral.

A respeito do Código Florestal (PLC 30/11), aprovado ontem pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, Dom Leonardo citou alguns pontos que têm preocupado a Conferência dos Bispos: a Amazônia, os pequenos agricultores e as Áreas de Preservação Permanentes (APPs).

Já com relação à Emenda 29, o secretário afirmou: “Considero muito importante na aprovação dessa emenda a definição do que é saúde, para que o dinheiro destinado seja realmente usado para esse fim. Essa emenda poderia nos ajudar muito na definição do orçamento para o uso na saúde”, finalizou.

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