NOVA ESTAÇÃO

Chuvas e queda de temperatura marcam o início da Primavera

Nova estação terá alguns eventos atípicos, como chuvas e frio, mas a tendência é que o calor permaneça acima da média ao longo dos próximos meses

Thiago Coutinho
Da redação

Foto: Arand de Getty Images via Canva

Precisamente às 15h19 desta segunda-feira, 22, teve início a Primavera, estação das flores, mas que começou marcada por chuvas e queda de temperatura em várias regiões. Esta é a previsão da meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo. “A primavera de 2025 começa com a entrada de uma frente fria, avançando sobre o Sul, Sudeste, Centro-Oeste do Brasil, que vai trazer, além de chuva, uma acentuada queda da temperatura”, afirma.

Há risco, inclusive, de geadas no Sul do país. Haverá tardes amenas, sobretudo no Sudeste, mas há risco de frio e temperaturas amenas em outras regiões. “Na primeira semana da primavera teremos tardes bastante amenas, especialmente na região Sudeste, e uma diminuição bastante grande do calor na região Centro-Oeste. E no Sul do Brasil até poderemos ter episódios de geada nas áreas mais altas das serras dos três estados. Muitas áreas no sul do Brasil, nessa primeira semana de primavera, vão ter temperaturas um pouco abaixo dos 10°C”, detalha a especialista.

Apesar deste início atípico, o esperado é que a estação siga com temperaturas mais altas que o normal. “Em praticamente todo o Brasil”, salienta a meteorologista. “Ainda poderemos ter episódios até de onda de calor. No começo do mês de outubro, ao longo da primavera várias frentes frias vão passar aí pela costa do Sul, Sudeste do Brasil, mas algumas dessas frentes frias poderão trazer massas de ar frio de origem polar que vão conseguir avançar um pouco pelo interior do Brasil, então alguns episódios de queda brusca de temperatura ainda poderão ocorrer sim ao longo da estação. Até mesmo em novembro, por exemplo, poderemos ter algum episódio de frio, especialmente no Sul e no sudeste do país”, diz.

La Niña

O fenômeno climático La Niña, que consiste no resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, terá forte influência sobre a primavera deste ano. “O La Niña ajuda a formar corredores de umidade, trazendo a umidade do norte para o Centro-Oeste e Sudeste do país, estimulando, então, a formação das áreas de instabilidade”, detalha a meteorologista. “O La Niña também ajuda, por exemplo, a formar um importante fenômeno meteorológico do período úmido, que é a zona de convergência do Atlântico Sul. Então, é uma época, por exemplo, quando essa zona se forma, é um período de chuva farta no Sudeste e no Centro-Oeste do país. E é possível que nós tenhamos a formação deste fenômeno já em outubro, final de outubro, mas principalmente em novembro”, assegura.

As chuvas, segundo as expectativas da Climatempo, podem tornar o clima um pouco mais frio. “Um pouco acima da média normal em quase todo o Brasil”, salienta. “Deve chover um pouco abaixo da média na parte centro-norte do Pará, no Tocantins, Maranhão, Piauí, em áreas como, por exemplo, o oeste e o norte da Bahia, e o noroeste de Minas também deve ter um pouco menos de chuva do que o normal”, reitera.

Períodos de estiagem também poderão ser percebidos em algumas regiões, especialmente no Rio Grande do Sul. “Não há expectativa de uma estiagem severa, nada disso”, alerta a meteorologista.

Umidade e calor

A primavera, estação que traz o aumento da umidade e do calor, chega acompanhada de um alerta para a população. De acordo com a meteorologista Josélia Pegorim, a combinação desses dois fatores serve como “ingrediente básico” para a formação de grandes nuvens de chuva. Esse fenômeno, que traz de volta os temporais de fim de tarde, não depende da chegada de frentes frias e deve se tornar mais comum em quase todo o país, com exceção da região Nordeste, onde a estação é tipicamente marcada por pouca chuva e muito calor. A especialista ressalta a necessidade de alerta para os temporais, que podem provocar cheias repentinas de rios, inundações em áreas urbanas e vendavais que derrubam árvores, causando transtornos e afetando o fornecimento de energia elétrica.

“É muito comum você ter essas enchentes repentinas, especialmente em centros urbanos e cheias repentinas de rio, aquelas ventanias que dão durante esses temporais, então você tem quedas de árvore, quedas de grandes galhos, aí isso acaba afetando a rede de energia elétrica, então esses são os problemas que começam a ficar mais frequentes durante a primavera”, finaliza.

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