Bahia

Cabrália celebra 516 anos da primeira Missa no Brasil

Missa foi celebrada em Santa Cruz Cabrália no local onde a primeira Celebração Eucarística aconteceu, em 1500

Regiane Calixto e Nubia Araújo
Enviada especial a Santa Cruz Cabrália (BA)

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Nesta terça-feira, 26, Santa Cruz Cabrália celebrou os 516 anos da primeira Missa no Brasil. Os católicos da Diocese de Eunápolis, sul da Bahia, se reuniram na praça do cruzeiro para participar da Santa Missa presida pelo bispo local, Dom José Edson de Oliveira, com a presença de mais de 50 sacerdotes da região.

O ilhéu de coroa vermelha ficou pequeno para a multidão que veio testemunhar a sua fé. O local é o mesmo em que Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira Missa no ano de 1500, que se tornou um marco para a história da Igreja Católica. Na época, a presença dos índios ainda era distante, mas desta vez, a comunidade indígena embelezou a celebração participando de forma ativa.

Sobre o Altar estava a réplica da primeira cruz e, no ofertório, 12 tochas foram carregadas pelos índios Pataxós, para representar os apóstolos, assim como outros símbolos religiosos.

Dom Edson canta música indígena

A Missa foi concelebrada pelo Bispo de Alagoinhas (BA), Dom Paulo Romeu Dantas Bastos, que fez a homilia, lembrando a todos da importância desse lugar que foi construído sob a sombra da cruz. “A cruz não é somente sinônimo de sofrimento. É também um grande sinal de esperança”, afirmou. O presbítero também foi homenageado com um Cocar pelos Pataxós.

A diocese de Eunápolis (BA) tem apenas 20 anos de existência. Dom Edson, primeiro e único bispo da diocese, afirma que Santa Cruz Cabrália é o berço da evangelização. “Por muito tempo [a cidade] foi vista apenas como um lugar turístico, porém aqui existe marcas profundas da fé primitiva, por isso deve ser vista e valorizada pela Igreja e pelos fiéis”.

Luzia Pataxó, filha do Pajé

Luzia Pataxó, filha do Pajé Itambé / Foto: Regiane Calixto

Luzia Pataxó, filha do Pajé Itambé, nascida e crescida na fé católica, fez questão de incentivar o catolicismo em seus familiares e na comunidade indígena. “A Igreja católica é a única que não interfere na nossa cultura, temos ainda uma pequena resistência, mas acredito que é a minoria”, explica.

Em 2013, Luzia, juntamente com seu filho e seu irmão, entregaram ao Papa Francisco um Cocar, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Antes disso, seu pai, havia entregado outro símbolo indígena ao Papa João Paulo II. 

A imagem com o título Nossa Senhora da Esperança, teve lugar de destaque, no palco, pois foi com esse título que os portugueses trouxeram a primeira imagem para o Brasil.

E, foi, sob a proteção da Virgem da Esperança, que o José Ailton dos Santos, organizador do evento, confiou todos os festejos em comemoração dos 516 anos da primeira Missa realizada no Brasil, que contou com a presença de diversos missionários de outras dioceses que levaram o Kerigma à comunidade local. “Foram dias cheios de emoção, me sinto realizado ao ver a alegria dos missionários, que não voltarão para suas casas de mãos de vazias, pois voltam com uma experiência que jamais esquecerão”, concluiu o sacerdote.

Ao final da celebração, bispos e padres participaram dança indígena, com a canção que simboliza a união dos Índios com os ‘brancos’.

Bispos e padres participam de dança indígena

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