Boletim semanal reúne dados de 9 países da região pan-amazônica sobre o impacto da pandemia nos povos indígenas
Da redação, com Vatican News
Segundo o boletim divulgado nesta sexta-feira, 15, cerca de 33 povos indígenas da Pan-Amazônia já registram casos de Covid-19, 526 pessoas testaram positivo e 113 já morreram vítimas do coronavírus na região.
O Brasil é o país da Pan-Amazônia com mais casos confirmados (249), seguido da Colômbia (146) e do Peru (45). O número de vítimas fatais entre os indígenas da região também é maior no Brasil, com 70 mortes, seguido da Colômbia que registra 26 pessoas falecidas por causa da doença.
A pandemia confirma, assim, a difusão do vírus nas comunidades indígenas e, principalmente, entre as pessoas com faixa etária dos 60 aos 70 anos de idade. Os boletins com os dados sobre o número de mortes e contaminação por Covid-19 nos povos indígenas da Pan-Amazônia serão divulgados pelo recente projeto criado em colaboração de entidades parceiras em defesa pela vida: a Rede Eclesial Pan-amazônica (Repam), e do Coordenador das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica Amazônica (Coica) – uma organização de convergência internacional.
A novidade foi anunciada ontem, direto do Equador, através de um comunicado que esclarece que o documento ainda está em construção, mas é uma resposta urgente frente à complicada realidade vivida na região. O boletim semanal será um instrumento para “ajudar os próprios povos, a Igreja, as organizações aliadas e todas as pessoas comprometidas com a causa”.
O documento aponta que a Amazônia está sofrendo com uma “combinação trágica”: a pandemia; a pressão permanente do modelo extrativista e a exclusão histórica a serviços básicos e de infraestrutura em saúde. Essa “força enorme” tem deixado os povos indígenas amazônicos numa situação ainda mais frágil e vulnerável. O documento faz um chamado aos países para uma “ação urgente e efetiva” e, a todos, “para uma tomada de posição, para impulsionar compromissos sérios e profundos e para responder de maneira concreta” as consequências dessa “crise em crescimento”.