Número de doações de sangue ainda está abaixo da necessidade dos hemocentros
Kelen Galvan
Da redação, com colaboração de Camila Guimarães
Nesta sexta-feira, 25, celebra-se o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, uma data que lembra aquelas pessoas que tiram um pouco do seu tempo para doar sangue aos que precisam.
Segundo o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doam sangue, conforme levantamento feito em 2014. A quantidade ideal de doadores por país, de acordo com a ONU, seria de 3 a 5% da população.
O médico da Fundação Pró-Sangue, Dr. Cássio Marcos de Carvalho Giannini, explica que as pessoas normalmente se sentem motivadas a doar quando se sensibilizam pela necessidade que existe do sangue para a atenção médica. “As pessoas sentem a necessidade quando algum familiar está internado, precisando de transfusão de sangue”, exemplifica.
O especialista destaca que atualmente o número de doações está muito abaixo da necessidade dos bancos de sangue. “Precisamos equacionar essa dificuldade, e eventualmente, é preciso suspender algumas cirurgias que poderiam ser feitas, mas deixam de ser realizadas por falta de suporte de sangue necessário”.
Dr. Cássio explica que o sangue coletado é necessário para um grande número de intervenções médicas, como cirurgias, para algumas doenças, que provocam perda de sangue pelo trato gastro-intestinal ou hemorragias, e também em acidentes.
Embora todo ano as campanhas se empenhem na conscientização das pessoas, muitas ainda têm dúvidas ou medo de doar sangue devido à quantidade coletada.
O médico esclarece que a quantidade máxima da coleta é de 450 ml, quantia que não fará falta para a pessoa e a recuperação do organismo também é muito rápida.
“Logo após a doação, é importante repor a parte líquida do sangue bebendo água. Nos próximos dois ou três dias, a proteína já é reposta. O que demora um pouco mais de tempo é o estoque de ferro, que às vezes em torno de 15 dias é reposto, se a pessoa estiver com boa saúde”.
Mesmo com a rápida recuperação do organismo, são estabelecidos intervalos mínimos para uma nova doação. Os homens precisam aguardar 60 dias, e as mulheres 90 dias.
Como doar
Aqueles que quiserem doar sangue podem comparecer aos hemocentros, sem necessidade de agendamento prévio, no período das 8h as 17h – esse horário varia de acordo com a cidade e pode ser verificado por telefone, no Alô pró-sangue 0800 55 0300, ou no site: http://www.prosangue.sp.gov.br/
O tempo de doação demora cerca de 40 minutos e ocorre em cinco etapas: cadastro (ou registro) do doador, triagem clínica (inclui teste de anemia, verificação da pressão arterial, batimentos cardíacos, peso, temperatura e questionário sobre sua saúde), entrevista rápida, doação propriamente dita e lanche pós- doação.
Requisitos básicos
Para doar sangue são necessários alguns requisitos básicos:
– Estar em boas condições de saúde;
– Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, precisam de autorização do responsável legal);
– Pesar no mínimo 50kg;
– Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas);
– Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação);
– Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social);
– Levar os nomes dos medicamentos em uso.
Impedimentos temporários
Em alguns casos, a pessoa não pode doar sangue temporariamente, como durante a gravidez, se ela estiver resfriada ou logo depois de tomar algumas vacinas.
Confira todos os casos:
– Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas;
– Gravidez;
– 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana;
– Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses);
– Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação;
– Tatuagem / maquiagem definitiva nos últimos 12 meses;
– Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses;
– Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são estados onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses;
– Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia etc): aguardar 6 meses;
– Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): por 7 dias;
– Cirurgia odontológica com anestesia geral: por 4 semanas;
– Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses.
– Vacina contra gripe: por 48 horas;
– Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões;
– Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura (vírus Varicella Zoster).