Responsáveis dos países lusófonos lembram que está em causa a quinta língua mais falada no mundo
Da redação, com Agência Ecclesia
Os bispos católicos dos países lusófonos (de língua portuguesa) manifestaram-se nesta terça-feira, 27, contra a suspensão do uso da língua portuguesa nos processos de postulação das Causas dos Santos na Santa Sé.
“Desejamos que a língua portuguesa, a quinta língua mais falada do mundo, por 260 milhões de pessoas, continue a ser utilizada nos processos de canonização”, assinala o comunicado final do 12.º Encontro de Bispos de Países Lusófonos, realizada desde sexta-feira, 23, na cidade brasileira de Aparecida.
A Congregação para as Causas dos Santos, organismo responsável pelo acompanhamento dos processos de beatificação e canonização na Santa Sé, destacou as “dificuldades logísticas” para justificar a intenção de eliminar o português do conjunto de línguas de trabalho.
Os participantes no encontro de bispos lusófonos apresentam agora o seu “lamento e preocupação por esta decisão” que, segundo os representantes dos episcopados católicos, “vai dificultar e encarecer o bom andamento dos processos de canonização com origem nos países de expressão portuguesa”.
O comunicado é assinado por responsáveis católicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
O uso da língua portuguesa foi determinado por uma instrução da Santa Sé, a ‘Sanctorum Mater’ de 17 de maio de 2007, no n.º 127: ‘As línguas admitidas junto da Congregação para o estudo das causas são: latim, francês, inglês, italiano, português e espanhol’”.
Ainda na reunião de Aparecida, os participantes mostraram o seu “apoio unânime” ao acordo das conferências episcopais do Brasil e Portugal sobre a tradução do Missal Romano, junto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), para que “se mantenham as fórmulas sacramentais e a resposta “Ele está no meio de nós” à saudação “o Senhor esteja convosco”.