Vivência radical do Evangelho é um dos pontos citados por Dom Pedro, que também menciona novidade na vida religiosa pós Concílio Vaticano II
Da Redação
Luciane Marins
“É a vivência do Evangelho em radicalidade e plenitude que dá identidade ao religioso.” A afirmação é de Dom Pedro Brito Guimarães, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB.
O bispo explica que a consagração é uma identificação com Jesus Cristo e sua santidade e por isso a pessoa consagrada coloca-se a serviço d’Ele e do Evangelho, deixando de se colocar em primeiro lugar para se colocar a serviço do próximo.
Até o dia 2 de fevereiro de 2016, este tema estará em destaque na Igreja em todo mundo, já que o Papa Francisco instituiu 2015 como o Ano da Vida Consagrada. Dom Pedro Brito destaca que não é um ano exclusivo para os consagrados ou consagradas, mas sim um ano da Igreja. Ele deixa claro que todos os batizados são consagrados, e que as opções de consagrações feitas durante a vida são fruto do batismo.
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.: Íntegra da carta apostólica de Francisco para o Ano da Vida Consagrada
O Decreto Perfectae Caritatis, de Paulo VI, sobre a Renovação da Vida Religiosa, é um dos documentos propostos para ser refletido neste tempo. “É de uma importância grandiosa. São textos normativos para a vida consagrada. Apresenta aquilo que o religioso precisa.”
O bispo explica que o documento apresenta uma “revolução” da compreensão do religioso, da vida feita doação, do sacrifício, da renúncia e dos conceitos evangélicos. “Realmente tem uma novidade e a partir do Concílio Vaticano II a vida religiosa encontrou seu espaço na Igreja.”
Para Dom Pedro Brito, a crise de valores, antropológica e existencial que a humanidade passa tem reflexos na vida consagrada. “O jeito do religioso viver está passando por uma transformação e vai pedir de quem é responsável pelo carisma, uma reflexão, uma releitura, uma readaptação das suas motivações para o mundo atual.”
Sobre sua própria consagração a Deus, Dom Pedro destaca três pontos: a intimidade com Deus; a doação ao próximo e a realização pessoal.
“Eu me consagrei por Deus. É minha resposta ao Deus que me criou, estou me entregando a Ele.”
Amando a Deus, Dom Pedro explica que consequentemente brota em sua vida o amor aos irmãos. “Me consagrei para mediar esse diálogo, ajudar as pessoas a conduzirem suas vidas para Deus.”
E é essa entrega a Cristo e a vida doada aos irmãos que o realiza. Ele gosta de explicar que sua realização não é o mais importante, mas que essa vivência gera nele um grande proveito espiritual.
“O que sou hoje devo a isso, ao amor que dediquei a Deus e à minha decisão de ajudar o irmão. Ganhei muito com isso. O primeiro beneficiado sou eu.”
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